Bancos brasileiros que antes encerravam contas de vendedores P2P de criptomoedas agora querem comprar criptomoedas com os mesmos.
O objetivo dos bancos é deter uma grande reserva dos ativos digitais e oferecer aos novos contratantes, segundo as informações apuradas pelo Cointelegraph Brasil.
Uma fonte, que devido a contratos de sigilo não pôde revelar seu nome, informou ter sido procurada por uma instituição financeira conhecida:
“Vivi para ver o banco que fechou a minha conta, justamente por eu negociar Bitcoin, agora me ligar querendo comprar a criptomoeda.”
Negociações com P2P
Como revelado pela fonte anônima, instituições financeiras conservadoras estão repensando sobre o potencial do mercado emergente das criptomoedas.
Prova disto é a crescente busca por negociações com antigos clientes e vendedores P2P. Trâmites, estes, que correm em sigilo à norma da organização.
Executivos de exchanges também confidenciaram o interesse dos bancos em negociar com as companhias de criptoativos.
Fontes informaram que corretoras de criptomoedas como Mercado Bitcoin, Foxbit e Binance ingressam em lista de possíveis negociações.
Segundo investidor responsável por uma mesa de OTC no país, o interesse dos bancos brasileiros no criptomercado aumentou no final de 2020, após a alta do BTC:
“Este não é um movimento novo. Há tempos que os bancos nos procuram para comprar criptomoedas. No entanto, isso vem aumentando desde o final do ano passado.”
Bancos pioneiros
Embora o interesse de instituições bancárias tradicionais tenha ficado em evidência há pouco, outras companhias do segmento já investiam na criptoesfera.
BTG Pactual, Plural e Rendimento são tidos como os três bancos que “saíram na frente” nessa corrida pela digitalização monetária.
Em 2018, o BTG (SA:BPAC11) lançou o próprio token, o Reitz, que é lastreado em imóveis. Desde o início do projeto, a instituição já realizou duas rodas de rendimento de sucesso aos detentores do ativo digital.
O Rendimento anunciou uma integração com a Ripple, sistema de remessas financeiras. A plataforma oferece um protocolo de pagamento em internet aberta.
Já o Plural foi o primeiro a utilizar a interface de programação de aplicações (API, sigla em inglês) para se conectar com o criptomercado. Além disso, o banco comprou participação no Mercado Bitcoin.
Em andamento
Além dos bancos tradicionais, outras instituições financeiras estão planejando ingressar no mercado de moedas digitais.
A gigante de pagamentos Visa já demonstrou seu interesse na tecnologia blockchain. Segundo o vice-presidente de Novos Negócios no Brasil, Eduardo Abreu, acordos com organizações digitais já estão em percurso:
“Primeiro, estamos conversando com os bancos mais digitais. São os que têm mais perfil para esses clientes [de criptomoedas].”
Abreu também informou a previsão do novo projeto de operações da Visa (NYSE:V) (SA:VISA34). O executivo garantiu que até o final deste ano, clientes terão disponíveis transações internacionais pelo Visa B2B Connect, serviço que usa o ecossistema blockchain.