Entre a noite de quarta-feira (25) e o começo desta quinta-feira (26), o preço do Bitcoin experimentou uma forte correção.
No momento da escrita desta matéria, a queda chegava a 11,39%. O preço do Bitcoin chegou a ficar abaixo de US$ 17 mil, mas teve uma leve recuperação.
A baixa também foi expressiva em reais. O preço do criptoativo saiu de R$ 104 mil e chegou a ficar abaixo dos R$ 90 mil. Porém, o BTC experienciou uma leve recuperação.
Apesar do alívio momentâneo, o preço do Bitcoin chegou a declinar 16% na maior queda do dia. E dois motivos podem estar por trás disso:
- A movimentação de baleias;
- Ameaças de regulamentação nos Estados Unidos.
Baleias despejam bilhões em exchanges
Junto com a queda repentina de preço, houve um grande volume de depósitos de Bitcoin nas exchanges. O movimento costuma ser feito por grandes investidores em momentos de alta.
Antes da correção, o Bitcoin estava próximo de bater a sua alta histórica em dólares. Por isso, muitos investidores podem ter realizado lucros em suas operações.
Como esses grandes investidores (apelidados de baleias) movimentam quantias bilionárias, isso causa fortes impactos no preço do Bitcoin.
Segundo Ki Young Ju, criador do recurso de análise on-line CryptoQuant, esta é a razão mais provável.
“A média de entrada de todas as exchanges aumentou algumas horas atrás. Isso indica que as baleias, relativamente falando, depositaram Bitcoin para as bolsas”, disse.
No entanto, a queda não reduz o otimismo de mercado. Para o fundador da CryptoQuant, ainda é grande a possibilidade do Bitcoin romper a alta histórica em breve.
“Mas os indicadores de longo prazo da rede dizem que a pressão de compra prevalece. Ainda acho que podemos quebrar US$ 20 mil em alguns dias.”
“Presente de despedida” de Trump?
Derrotado nas eleições de 3 de novembro, o governo Trump está em seus meses finais. E ele pode estar preparando um “presente de despedida” para o mercado.
O CEO da Coinbase, Brian Armstrong, pronunciou-se na quarta-feira (24). Ele criticou os supostos planos do Departamento do Tesouro dos EUA, que foram relatados pelo CriptoFácil recentemente.
Entre estes planos está o rastreio de proprietários de carteiras de criptomoeda auto custodiadas. Os usuários teriam que fornecer ao governo uma longa lista de dados.
A atitude pode representar um duro golpe em um dos princípios fundamentais das criptomoedas: a capacidade do indivíduo de guardar suas criptomoedas por conta própria.
Em uma longa discussão no Twitter, Armstrong teceu duras críticas às medidas. Para ele, elas poderiam dificultar a inovação tanto nos EUA quanto no mundo.
Given these barriers, we're likely to see fewer transactions from crypto financial institutions to self-hosted wallets. This would effectively create a walled garden for crypto financial services in the U.S., cutting us off from innovation happening in the rest of the world.— Brian Armstrong (@brian_armstrong) November 25, 2020
“Dadas essas barreiras, provavelmente veremos menos transações de instituições financeiras de criptomoedas para carteiras auto-hospedadas. Isso efetivamente criaria um jardim murado para serviços financeiros envolvendo criptomoedas nos EUA, impedindo que a inovação acontecesse no resto do mundo.”