Galípolo prega “vigilância” do BC do fim de 2025 a 2026 e defende manutenção da Selic
Investing.com -- O mercado de criptomoedas alcançou um marco histórico nesta semana: mais de US$ 4 trilhões em valor de mercado, com o Bitcoin representando quase 60% desse total. O avanço foi impulsionado pelo apetite institucional contínuo, maior clareza regulatória nos EUA e uma base macroeconômica mais favorável. Ainda assim, o movimento de alta perdeu força nos últimos dias, refletindo uma combinação de realização de lucros, cautela diante de legislações emergentes e movimentações de grandes baleias. Mesmo com ETFs à vista atraindo bilhões e uma postura mais branda do Fed se consolidando, o sentimento ainda é de atenção redobrada.
Segundo dados da Binance, o Bitcoin estava sendo negociado nesta sexta-feira (18) a R$ 117.580,40 por volta das 16h20 (de Brasília), com queda de 1,10% nas últimas 24 horas. A principal cripto do mercado chegou a superar R$ 120 mil no início da semana, mas perdeu força após dados de inflação nos EUA levemente acima do esperado e vendas por parte de grandes investidores. Já o Ethereum sobe 4,57% no dia, cotado a R$ 3.565,60, puxado por expectativas de novos avanços no ecossistema DeFi e no rastro positivo deixado pela aprovação da GENIUS Act, legislação americana que dá maior respaldo às stablecoins e impulsiona o segmento.
A entrada de grandes investidores institucionais trouxe mais legitimidade e liquidez para o Bitcoin, mas também o tornou mais sensível ao ciclo macroeconômico. Relatórios recentes mostram que o BTC passou a ter alta correlação com os índices S&P 500 e Nasdaq, e negativa com o dólar e spreads de crédito de alto risco (HY OAS). Isso significa que o Bitcoin tende a subir quando há otimismo e liquidez no mercado global, mas sofre de forma desproporcional quando há estresse financeiro ou aversão ao risco. A institucionalização, portanto, tornou o BTC um ativo mais previsível, mas também mais vulnerável ao humor de Wall Street.
Apesar da base técnica robusta, com acúmulo institucional e poucos sinais de euforia especulativa, analistas alertam para possíveis correções no curto prazo. A movimentação de uma baleia adormecida desde 2011, que vendeu mais de US$ 9 bilhões em BTC, reacendeu preocupações sobre pressão vendedora. Além disso, o crescimento dos ETFs e fundos de custódia levanta debates sobre uma possível erosão da descentralização do Bitcoin, com quase 15% da oferta total já concentrada em entidades institucionais ou governamentais. O desafio do momento é equilibrar adoção em massa e a preservação da soberania individual que definiu o Bitcoin desde sua origem.
"Tivemos uma semana mais lateral para o Bitcoin, um respiro dentro do movimento de alta mais amplo das últimas semanas. Esse tipo de correção é saudável e comum, mesmo em ciclos de valorização, pois contribui para a redução do excesso de alavancagem no mercado e evita o início de uma fase de euforia, na qual o risco de movimentos bruscos se eleva consideravelmente. Seguimos com uma visão construtiva para o BTC. A estrutura de mercado continua favorável para a realização de novas máximas históricas em breve, impulsionada pela crescente demanda institucional e empresarial. Ao mesmo tempo, a pressão marginal de venda parece insuficiente para segurar o preço por muito mais tempo", avaliou o time de research da exchange Mercado Bitcoin.