A confiança em terceiros é tida como um problema para a humanidade.
Por diversos motivos, as pessoas tendem a não confiar em terceiros. Por sua vez, isso gera uma série de consequências para o mundo dos investimentos e dos negócios.
Dessa forma, a desconfiança no próximo acaba gerando a necessidade de instituições, que realizam registros fidedignos à realidade.
Contudo, esses registros têm a gestação de sistema burocrático para que possam ser realizados. Essa é a realidade dos cartórios, por exemplo.
Além dos cartórios, há milhares de instituições, públicas e privadas, dedicadas especialmente a registrar e confirmar informações para a população.
No entanto, com o Bitcoin, a maior parte dessas instituições pode cair em desuso.
Bitcoin permite o registro confiável de informações
O Bitcoin (BTC) é uma criptomoeda descentralizada. Por esse motivo, ela não depende de intermediários para a realização de transações.
A ausência de intermediários só é possível porque o Bitcoin possui algumas características fundamentais, na sua concepção:
- Criptografia;
- Consenso da rede;
- Descentralização;
- Prova de trabalho (PoW).
Há artigos no CriptoFácil que explicam esses conceitos em maiores detalhes.
De todo modo, a capacidade do Bitcoin de retirar os intermediários das transações não se limita ao seu aspecto financeiro.
Assim, através da blockchain do Bitcoin e de outras criptomoedas, é possível realizar o registro de qualquer propriedade intelectual.
Esse registro é confiável e, na maior parte das vezes, quase impossível de ser violado.
O Bitcoin e a blockchain alteram o papel do Estado
No artigo do Medium, disponível em inglês, os autores fazem uma associação interessante entre o papel do Estado e os direitos intelectuais.
A relação está presente na imagem acima: na base da pirâmide, está o monopólio da violência.
Acima, na sequência estão o sistema jurídico, a propriedade intelectual e os mercados no topo. Cada degrau garante o desenvolvimento do conceito que se segue.
Em teoria, o Estado tem o monopólio da violência; isso funciona nos países desenvolvidos.
Contudo, em regiões mais pobres, como é o caso da América do Sul, a teoria não é balizada pela realidade local.
Por não ser capaz de exercer o monopólio da violência, o sistema legal dos países em desenvolvimento é falho.
Dessa maneira, os direitos de propriedade intelectual não são respeitados, o que dificulta o florescimento de um mercado local competitivo.
Porém, como o Bitcoin independe de uma autoridade central, ele permite que o registro de informações não fique sujeito ao bom funcionamento do sistema jurídico de um país.
Finalmente, é possível perceber que a importância do Bitcoin e das outras criptomoedas vai muito além do aspecto comercial. Através dessas tecnologias, as pessoas são capazes de depender cada vez menos de instituições públicas e privadas.