Por Tom Wilson e Kevin Buckland
LONDRES/TÓQUIO (Reuters) - O bitcoin recuava nesta segunda-feira, após marcar o recorde de 34.800 dólares na véspera, com operadores citando volatilidade em mercados futuros altamente alavancados.
A moeda digital chegou a cair mais de 16% após subir a 33.670 dólares mais cedo, mas reduziu a perda e mostrava declínio de 5,73%, a 31.200 dólares, por volta de 9h45 (horário de Brasília).
Um mercado funcional de derivativos de criptomoeda se desenvolveu desde 2017, com as bolsas offshore ainda oferecendo negociações altamente alavancadas. As movimentações nesses mercados podem ter um efeito desproporcional no preço do bitcoin.
"É o desmonte de parte dessa alavancagem", disse Richard Galvin, do fundo de criptomoedas Digital Asset Capital Management.
O recorde do bitcoin veio menos de três semanas depois de ultrapassar os 20.000 dólares pela primeira vez, em 16 de dezembro. A criptomoeda mais importante do mundo mais que quadruplicou de preço no ano passado.
Operadores afirmavam que a queda do bitcoin nesta segunda-feira não era incomum para o ativo, cujas fortes oscilações de preço em parte impediram que se tornasse amplamente utilizado como moeda.
"Ainda é um ativo inevitavelmente volátil por sua natureza", disse Joseph Edwards, da corretora de criptomoedas Enigma Securities. "Na maior parte, isso parece um movimento puramente técnico, sinalizado e causado por euforia de curto prazo."
O que alimentou a alta do bitcoin foi a percepção de que ele pode agir como uma proteção contra o risco de inflação, à medida que governos e bancos centrais abrem as torneiras de estímulo para conter o impacto econômico da pandemia Covid-19.
"Parte disso reflete o medo de um dólar mais fraco", disse Moh Siong Sim, analista do Banco de Cingapura, sobre sua recuperação mais recente.
Ainda assim, o ouro subia 1,76%, sublinhando a correlação irregular do bitcoin com o hedge de inflação tradicional.
O avanço do bitcoin também refletiu as expectativas de que ele se tornará um método de pagamento convencional. Seu potencial para ganhos rápidos também atraiu a demanda de mais investidores dos EUA.
(Por Tom Wilson em Londres e Kevin Buckland em Tóquio; reportagem adicional de Tom Westbrook e Alun John)