A irmã de David Kleiman, Ira Kleiman, declarou ao tribunal dos EUA que Craig Wright já tem acesso aos Bitcoins mineradores por ela e pelo irmão. Assim, segundo os advogados de Ira, Wright tem a capacidade de abrir o arquivo do Tulip Trust.
No entanto, de acordo com o documento, Wright se nega a fazê-lo para não reconhecer a parceria com Kleiman e ter que ‘dividir” a fortuna.
Conforme consta nos documentos judiciais apresentados na quinta-feira (21), Kleiman alega que Wright “tem a capacidade de abrir o arquivo criptografado de suas participações em Bitcoin”.
Kleiman afirmou que US$ 1,6 milhão em Bitcoin (BTC) foram gastos em endereços fornecidos ao tribunal como prova que ele tinha acesso.
Ira se refere à recente transação de Bitcoin envolvendo 50 BTCs minerados em 2009.
A recusa de Wright em abrir o arquivo criptografado sugere fortemente que ele sabe que seu conteúdo incluirá registros da parceria e que os 820.200 Bitcoins na CSW Filed List pertencem a esta parceria, bem como a propriedade intelectual relacionada à blockchain criada antes da morte de David (o Bitcoin).
Entenda o caso
O caso Kleiman X Wright é mais um dos obscuros casos da história do Bitcoin.
No caso, David Kleiman é apontado como um “mago” da criptografia. Assim, reza a lenda que Kleiman e Wright eram parceiros em um projeto exatamente na mesma época em que o Bitcoin foi criado.
Interessante notar que David Kleiman morreu depois que Satoshi Nakamoto anunciou sua saída do BTC para cuidar de “outras coisas”.
Na outra ponta, Craig Wright por sua vez, afirma para o mundo todo, há pelo menos quatro anos, que é o criador do Bitcoin. Assim, especulações em toda a rede alegam que a dupla Kleiman e Wright pode ter criado o Bitcoin.
Porém, como até o momento nem Wright nem ninguém ligado aso Kleiman conseguiu provar qualquer ligação de ambos com a criação do BTC, acredita-se que a dupla pode ter sido um “early adopter” e ter minerado o BTC logo após Nakamoto lançar o software.
Em jogo neste caso, tendo eles criado ou Bitcoin ou não, estaria um arquivo criptografado contendo a chave privada para mais de 800 mil Bitcoins.
Fraudes
Após a morte de Kleiman, seus herdeiros passaram a reivindicar parcela da fortuna que seria proveniente da parceria e que Wright teria roubado. Contudo, o caso está cheio de fraudes e mentiras.
Wright até hoje nunca conseguiu provar ter qualquer relação com a criação do Bitcoin.
Assim, documentos apresentados por ele foram, em praticamente todas as vezes, contestados, acusados de fraude, entre outros.
No tribunal, por exemplo, Wright apresentou uma lista contendo 16.404 endereços BTC que seriam de sua posse.
No entanto, por pelo menos 3 vezes, os detentores originais destes endereços surgiram e provaram que Wright estava mentindo.
Por outro lado, a irmã de Kleiman também é acusada de mentir ao tribunal e forjar provas de que Wright e Kleiman teriam criado o Bitcoin. E, desta forma, induzir o tribunal a condenar Wright.
Um julgamento do júri sobre o caso está marcado para 6 de julho.