Exchanges internacionais de criptomoedas, como Binance e OKEx, miram o Brasil. Além dos motivos óbvios, como o fato do país ser a maior economia da América Latina, ainda não são tão claras as motivações de gigantes internacionais para adentrar em solo tupiniquim.
Para responder estas perguntas, o CriptoFácil conversou com James Jiang. Jiang é CEO da OKEx na América Latina, MEA, CIS e África.
Dentre as afirmações de Jiang, ele afirma que logo os brasileiros entenderão a necessidade de ter criptomoedas.
Atrativos do mercado brasileiro
Uma vez que gigantes internacionais demonstram bastante interesse no Brasil, perguntar ao representante de uma destas empresas as razões por trás disso é natural.
Jiang explica que a adoção de criptomoedas na América Latina cresceu como um todo. Nesse cenário, o Brasil é um dos países com o maior mercado. Porém, além disso, o representante da OKEx que explica:
“Embora já existam diversos usuários locais, acreditamos que esse número crescerá exponencialmente nos próximos anos,” revela Jiang.
Ele ainda menciona o problema da inflação, enfrentado por diversos países da América Latina. Este cenário fará com que a população brasileira, em breve, perceba a necessidade de possuir criptomoedas.
Segundo Jiang, esta é uma forma de garantir o “conforto e segurança financeira da família”.
O crescimento de traders no Brasil também é outro fator positivo, ressalta James Jiang. Ele menciona o recente estudo que atestou um crescimento de 100% no número de day traders no Brasil em 2020.
“Para esse tipo de investidor que deseja investir em criptomoedas, a OKEx é a melhor escolha, por ser uma exchange global,” defende o CEO da gigante.
Volume ainda em crescimento
Embora o volume de criptomoedas negociado no Brasil seja considerável quando comparado com outros países, a OKEx acredita que este é só o começo.
Jiang reforça que, apesar de ser a maior economia da América Latina, o número de pessoas transacionando criptomoedas no Brasil ainda é pequeno. “Espera-se que essa proporção aumente em breve, tornando o Brasil um dos maiores países do mundo em volume de criptomoedas negociado,” explica.
O representante da OKEx falou ainda com o CriptoFácil sobre o tema regulatório. Primeiramente, Jiang ressalta que a exchange não teme as regulações brasileiras. Ademais, a exchange também não teme as regras que podem surgir com a aprovação dos projetos de lei em curso atualmente.
Então, James Jiang explica que a exchange entende o esforço regulatório, classificando como um movimento global. Em razão da recente disparada em adoção, ele entende ser perfeitamente normal que isso ocorra.
Regulamentação favorável
Sobre o Brasil, o CEO da OKEx na América Latina detalha que nota um esforço dos reguladores em entender o mercado. “Há uma busca para abrir as portas para a inovação, algo que é crucial para o sucesso do país no longo prazo”.
Além disso, ele afirma que a OKEx colaborará no que for necessário com os reguladores. Jiang ainda acrescenta sobre as empresas brasileiras:
“É preciso entender que o governo criará restrições às empresas registradas no país para proteger os investidores.”
Ainda nesse sentido Jiang explica que a OKEx já obedece às regulamentações atualmente impostas, listando as soluções oferecidas pela OKEx.
“Usuários já podem comprar USDT com real utilizando transferências com Pix da Cubopay. A empresa é registrada no Brasil e tem integração direta com a OKEx. Outra forma é por meio do mercado P2P, onde a OKEx oferece um local para comprar e vender criptomoedas diretamente.”
Nota-se que a promessa de crescimento futuro é um dos principais atrativos para exchanges internacionais. Além disso, a postura dos órgãos reguladores parece agradar as gigantes globais.
Juntamente com Binance e OKEx, Bitso e Ripio são outras exchanges estrangeiras que também estão adentrando o país. Nesse ritmo, não seria estranho que outras gigantes globais logo anunciassem esforços para entrar no Brasil.