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BP insere tubo no vazamento de petróleo no Golfo do México

Publicado 16.05.2010, 16:50

Washington, 16 mai (EFE).- A British Petroleum inseriu um tubo na principal saída de petróleo no solo do Golfo do México ao mesmo tempo em que foram descobertas enormes colunas de petróleo sob a superfície que ameaçam a vida marinha.

Durante a madrugada de hoje os especialistas da companhia conseguiram colocar um tubo na fenda a cerca de 1,6 mil metros de profundidade, e capturar petróleo e gás, que foi conduzido à embarcação Discoverer Enterprise.

O navio, que é capaz de separar o petróleo, a água e o gás, armazenou o óleo recolhido e queimou o gás.

No entanto, o mecanismo parou de funcionar quando o tubo saiu de seu lugar ao enredar-se alguns dos cabos usados na operação, a primeira realizada a essa profundidade.

"Os técnicos inspecionaram totalmente o sistema e colocaram o tubo de novo", afirmou a equipe do Governo e a companhia, encarregada de encontrar uma solução para o vazamento.

Trata-se da primeira vez em quase um mês que a BP conseguiu capturar parte do vazamento, depois que outras tentativas falharam, incluindo a colocação de uma enorme caixa de aço e cimento sobre a fuga.

Desde sexta-feira a BP estava tentando pôr o tubo na principal fonte de petróleo, com o qual pretende capturar três quartos do vazamento.

O encanamento, de uns 10 centímetros de diâmetro, está sendo colocado por robôs submarinos, os quais também instalarão um sistema para injetar metanol na fuga.

O objetivo é prevenir a formação de cristais de gás, que poderiam impedir o fluxo dos hidrocarbonetos para a superfície.

A BP também está usando produtos químicos na fonte do petróleo para diluí-lo em pequenas gotas, o que facilita sua absorção por microorganismos marítimos.

Doug Suttles, chefe de operações da companhia, disse no sábado em entrevista coletiva que o procedimento "parece estar funcionando", já que se reduziu o volume de petróleo na superfície.

No entanto, um grupo de cientistas afirmou hoje que esse procedimento pode ter dado lugar a enormes colunas de petróleo que se encontram sob a superfície do Golfo do México, ao atrasar a ascensão do petróleo à superfície.

As colunas não são visíveis nas imagens de satélite que o Governo para usou para avaliar o volume de petróleo que sai do poço, o que poderia indicar que o vazamento é maior que o calculado oficialmente.

Uma dessas acumulações de petróleo tem uma extensão de 16 quilômetros de comprimento por cinco quilômetros de largura, segundo os especialistas, que trabalham desde a embarcação de investigação Pelican.

O nível de oxigênio em algumas áreas próximas às colunas caiu em 30% e segue descendo, de acordo com seus cálculos, o que põe em perigo a vida marinha da região.

O óleo escapa para o Golfo do México desde o dia 20 de abril, quando uma explosão destruiu a plataforma petrolífera Deepwater Horizon e matou 11 trabalhadores.

O Governo dos Estados Unidos calcula que saem uns cinco mil barris de petróleo por dia do poço, mas alguns cientistas que analisaram as imagens do vazamento asseguram que o volume real poderia encontrar-se entre os 25 mil e 80 mil barris diários.

Além da fuga principal existe uma fonte secundária no solo marinho pela qual sai uma quantidade menor de petróleo e da qual a BP se ocupará posteriormente.

Ao mesmo tempo, a companhia está perfurando um poço alternativo para pôr um fim permanente ao problema, mas que ainda demorará meses para ser terminado. EFE

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