Markus Braun, ex-CEO do processador de pagamentos Wirecard, foi preso na Alemanha. A prisão foi divulgada pela CNN Business na terça-feira, 23 de junho.
De acordo com a matéria, Braun foi preso pelos promotores de Munique por suspeita de fraudes no balanço da Wirecard. Na segunda-feira, 22 de junho, a empresa reconheceu que faltam saldos de caixa de US$ 2,1 bilhões (R$ 11 bilhões). O valor corresponde a quase um quarto de seus ativos.
A suspeita de fraude era presente desde a semana passada. A Ernst & Young (EY), auditora da Wirecard, não conseguiu localizar evidências do valor em dinheiro nas contas fiduciárias da empresa. Na época, a Wirecard disse que saldos “espúrios” poderiam ter sido fornecidos por terceiros “para enganar a auditoria”.
Explicando a questão, a Wirecard disse ontem que anteriormente assumiu que essas contas fiduciárias foram criadas para o benefício da empresa e as relatou como um ativo em suas demonstrações financeiras. A empresa disse ainda que continua examinando o assunto e está avaliando sua estratégia de financiamento junto ao banco de investimentos Houlihan Lokey.
De alto crescimento a tombo forte Braun lidera o Wirecard desde 2002 e renunciou na sexta-feira. Um juiz de Munique decidirá hoje mais tarde se Braun deve permanecer sob custódia. As ações da Wirecard sofreram um grande golpe desde a semana passada e atualmente caíram cerca de 88%, sendo negociadas a cerca de 17 euros (~ US$ 19) cada.
Após Braun assumir como CEO, a Wirecard teve um rápido crescimento. A empresa registrou receita de mais de US$ 2,2 bilhões (R$ 12 bilhões) em 2018, ou mais de quatro vezes o valor de 2013. As ações atingiram um recorde histórico acima de US$ 213,00 (R$ 1.118,00) em setembro de 2018.
No mesmo mês, a Wirecard substituiu o banco Commerzbank na lista das 30 principais empresas da Alemanha. Nesse p onto, a empresa valia cerca de US$ 27 bilhões (R$ 141 bilhões).
A Wirecard também atua no mercado de criptoativos. A subsidiária da empresa, Wirecard Card Solutions, emite dois cartões: o cartão MCO Visa da Crypto.com, e o cartão de débito Visa da TenX. O CEO da Crypto.com, Kris Marszalek, afirmou na semana passada que as notícias não afetarão a empresa.