A Coinbase (NASDAQ:COIN) disponibilizou um serviço que permite aos seus clientes contraírem empréstimos utilizando Bitcoin (BTC) como garantia. O serviço começa a funcionar nesta quarta-feira (3), conforme anúncio no blog da empresa.
Por enquanto a novidade será implementada em 20 estados dos Estados Unidos.
O limite mínimo para tomar empréstimo é de 40% do total que o cliente possuir em BTC guardado na corretora. Por outro lado, o limite máximo é de US$ 1 milhão – R$ 5,7 milhões na cotação atual.
Ao contratar o empréstimo, os BTC usados como garantia serão bloqueados e armazenados no Coinbase Custody, serviço de custódia da exchange. Durante a vigência do contrato, a exchange não fará empréstimos ou qualquer operação com as criptomoedas.
“Vender Bitcoin pode levar à cobrança de impostos sobre o ganho de capital. Pegue emprestado com a Coinbase e tenha dinheiro à mão sem precisar vender seu Bitcoin”, diz o anúncio da Coinbase.
Sem taxas nem verificação de crédito
Não há nenhuma taxa cobrada para realizar o empréstimo, apenas a taxa de juros do pagamento, que será de 8% ao ano.
O cliente também não precisará fazer nenhuma verificação de crédito a respeito de seu nome. Isso porque o empréstimo possui uma garantia de alta liquidez. Logo, caso haja inadimplência das parcelas, a exchange pode mitigar o risco de crédito através da facilidade em executar o empréstimo.
Em relação ao meio de pagamento, o cliente realizará pagamentos mensais equivalente ao valor dos juros do empréstimo. O valor mínimo da parcela mensal é de US$ 10. Já o valor principal poderá ser abatido posteriormente, conforme o investidor tiver acesso a recursos para pagá-lo.
De acordo com a empresa, o serviço visa clientes que precisam de dinheiro rápido, mas não querem vender seus BTC. Dessa forma, o investidor pode evitar perder dinheiro ao vender na baixa, ou então ter que pagar imposto sobre ganho de capital.
O processo é realizado totalmente online através da conta do investidor na Coinbase. Após a aprovação, o dinheiro é enviado direto para a conta bancária ou então para uma conta do investidor no PayPal (NASDAQ:PYPL) (SA:PYPL34).
Empréstimos colateralizados ganham força com o Bitcoin
Um empréstimo colateralizado nada mais é do que um empréstimo concedido por um agente financeiro mediante a apresentação de uma garantia pelo tomador. Esse empréstimo pode ocorrer de duas formas: a primeira é através de financiamento, onde o tomador adquire um bem financiado, como uma casa ou carro.
O tomador usufrui desse bem e paga as parcelas mensais, no entanto a propriedade do bem pertence à instituição que o financiou. Somente com a quitação total do empréstimo é que o bem passa a ser, de fato, do tomador.
No segundo caso, o tomador busca dinheiro emprestado oferecendo como garantia um ativo que já possui. É nesse sentido que funcionam operações como hipotecas de imóveis e o empréstimo da Coinbase.
Por ceder uma garantia real, que o banco ou instituição pode tomar em caso de inadimplência, os empréstimos colateralizados tendem a ser mais baratos. Esse modelo ainda é muito recente no Brasil, mas já possui um mercado consolidado nos EUA.
Atualmente, o BTC tem se mostrado uma garantia bastante sólida para obter empréstimos. No Brasil, a fintech Rispar já oferece esse serviço, seguindo um modelo bastante similar ao adotado pela Coinbase.