O caso do colapso da FTX ganhou novas polêmicas após um tuíte escrito por Tom Emmer, congressista dos Estados Unidos. De acordo com a mensagem, Emmer aponta possíveis “laços duvidosos” entre o presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), Gary Gensler, e Sam Bankman-Fried (SBF), agora ex-CEO da FTX.
Nesse sentido, o deputado aponta que Gensler estaria ajudando SBF e a FTX a “trabalhar em brechas legais para obter um monopólio regulatório”. Ou seja, privilegiar a exchange em detrimento de seus concorrentes que operam nos EUA.
“Interessante. Gary Gensler corre para a mídia enquanto relatórios para meu escritório alegam que ele estava ajudando a SBF e a FTX a trabalhar em brechas legais para obter um monopólio regulatório. Estamos investigando isso”, disse o congressista na quinta-feira (10).
Em sua mensagem, Emmer cita um tuíte escrito por Gensler no mesmo dia, onde o presidente da SEC diz que irá discutir os acontecimentos do mercado de criptomoedas. De fato, Gensler falou à CNBC e disse que as exchanges utilizam uma “combinação tóxica”.
“Um desses jogadores tinha as combinações tóxicas de falta de divulgação, dinheiro do cliente, muita alavancagem (empréstimo). Depois, tentou investir com isso. Mas quando os mercados se voltaram contra eles, parece que muitos clientes perderam dinheiro”, afirmou Gensler.
Nesta sexta-feira (11), conforme noticiou o CriptoFácil, a FTX entrou com pedido de recuperação judicial, o famoso Capítulo 11 da lei estadunidense.
Usuários criticam relação FTX/SEC
Depois que Emmer publicou seu tuíte, a comunidade de criptomoedas questionou o relacionamento entre Gensler e SBF. Na maioria dos comentários, as pessoas rotularam esse relacionamento como “obscuro”.
Outras pessoas fizeram alusão à lista de “regulamentações” que SBF divulgou no final de outubro. O documento recebeu fortes críticas na época, com o youtuber BitBoy afirmando que o ex-CEO da FTX queria “destruir as criptomoedas”. Agora, a especulação dentro da comunidade é de que SBF escreveu aquelas propostas para controlar o mercado.
Alguns também especularam que o presidente da SEC foi influenciado por relacionamentos de seu tempo no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). O perfil RH Cult afirmou que o chefe de Gensler no MIT era o pai de Caroline Ellison, CEO da Alameda Research.
Além disso, SBF se reuniu com Gensler no início deste ano, o que fez com que a comunidade analisasse suas doações a políticos. O conselheiro geral da Delphi Digital, Gabriel Shapiro, rotulou o dinheiro que a FTX gastou como “subornos políticos”.
Jake Chervinsky, advogado especializado em criptomoedas, disse que a FTX estava perto de fazer um acordo com o regulador financeiro, o que abriria um precedente prejudicial para seus concorrentes. Em seguida, Chervinsky alegou que a FTX teria gastado US$ 40 milhões em “subornos políticos”.
Enquanto isso, os relatórios revelaram que os legisladores dos EUA estão avançando com o projeto de lei apoiado por SBF, que aumenta a supervisão sobre o mercado de criptomoedas. Vários líderes da indústria de criptomoedas criticaram o projeto de lei.
SEC supostamente investiga SBF
A Bloomberg News informou que depois do colapso da FTX, a SEC abriu investigação contra SBF e a empresa. De acordo com a notícia, o objetivo é saber se o ex-CEO e suas empresas violaram a regulamentação de valores mobiliários.
O regulador também quer examinar o papel da SBF na recente crise de liquidez da FTX. Ele acrescentou que a SEC também estava investigando se a sucursal dos EUA (FTX.US) e suas atividades de empréstimo de criptomoedas violam a lei.
A FTX está sob intenso escrutínio regulatório após sua implosão. Os reguladores dos EUA estão investigando o relacionamento entre os inúmeros negócios da SBF e se a exchange de criptomoedas manipulou mal os fundos dos clientes.