A Credminer é uma empresa que prometia ganhos estratosféricos aos seus investidores. Tais ganhos, de acordo com a empresa, eram auferidos por meio da mineração de criptomoedas.
Entretanto, desde 2019, a empresa não paga os rendimentos prometidos. Foi lançada até mesmo uma suposta criptomoeda, chamada LQX, como plano para ressarcir os clientes.
Como é de se esperar, foi acusada de estar aplicando um golpe. Insatisfeita com o rumo das críticas, a Credminer efetuou um pedido de tutela de urgência contra o Facebook. O objetivo era tirar do ar quatro publicações feitas pelo perfil “Rei das Finanças” da rede social.
“Mais um golpezinho barato”
As publicações do Rei das Finanças, de acordo com a Credminer em sua petição inicial, são “sensacionalistas, difamatórias e inverídicas”. Ainda no documento, a empresa afirma que o mesmo perfil publicou vídeos no YouTube, um deles intitulado “CREDMINER MAIS UM GOLPEZINHO BARATO ALERTA”.
O vídeo mencionado acima, assim como outro também publicado pelo Rei das Finanças, foram retirados do ar anteriormente – também a pedido da Credminer.
Em um dos pontos, critica a Credminer:
“Não fosse suficiente, no caso dos autos, as próprias imagens evidenciam seu caráter difamatório, calunioso e sensacionalista, buscando correlacionar os AUTORES a suposto golpe que sequer é objeto de investigação, chegando inclusive ao absurdo de intitular os AUTORES como criminosos, sem que haja qualquer processo administrativo ou judicial.”
As publicações no Instagram, agora fora do ar mas juntadas no processo, exibem fotos de membros da Credminer. Nas publicações, eles são chamados de “+1 criminoso da rede”, chegando a indagar em uma das publicações:
“Seria uma quadrilha? Credminer/liquidex/wehpm golpes na rede golpistas com mais de 20 anos na rede alerta (sic)”
Pedido da Credminer é aceito
Com base nas publicações, a Credminer pediu a retirada do conteúdo do ar, com urgência. O juiz da 25ª Vara Cível da Comarca de São Paulo/SP, Guilherme Ferfoglia Gomes Dias, entendeu ser plausível o pedido:
“Por essas razões, DEFIRO PARCIALMENTE o pedido de tutela de urgência para determinar que a requerida (i) remova de sua plataforma as postagens virtuais constantes das URLs listadas à fl.34, item I, do pedido, e (ii) armazene todas as informações necessárias para a identificação dos responsáveis pelas publicações mencionadas na petição inicial até a solução final do processo, ainda que ultrapassados os prazos previstos nos artigos 13 e 15 da Lei 12.965/14.”
“O negócio faliu”
A Credminer não paga seus clientes desde dezembro de 2019, mesmo mês em que informou o lançamento da LQX, sua criptomoeda com o intuito de sanar as dívidas com os clientes.
Antônio Silva, presidente da empresa, prestou uma entrevista ao portal Cointelegraph Brasil em fevereiro deste ano. Na entrevista, Silva admite que o negócio faliu:
“A Credminer perdeu as seis contas bancárias que tínhamos. Eu tenho todos os documentos para provar. Mas, isso não foi tudo, como te disse, o modelo de mineração faliu. A dificuldade de mineração de Bitcoin aumentou a cada dia, mineração deixou de ser um negócio lucrativo nos moldes em que a Credminer havia montado.”
Importante ressaltar que a LQX, moeda criada pela Credminer, está cotada a R$ 0,16 na exchange Cointrade.
Desta forma, quem possuía Bitcoins junto à empresa e foi pago com LQX, receberá uma quantidade considerável – e de liquidez questionável – da criptomoeda da Credminer.