Em outubro de 2019, a empresa responsável pela USD Soccer fechou acordos de patrocínio com dois times de futebol de Goiás, Vila Nova e Atlético Goianiense, conforme noticiou o portal Sagres à época.
De acordo com uma decisão publicada hoje, 30 de março, a USD Soccer foi acionada por um jogador de futebol executando o Vila Nova por créditos trabalhistas no Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-18). Porém, a empresa afirma que “não há créditos” para repassar ao time de futebol.
Sem créditos a serem repassados
O processo trabalhista diz respeito a uma execução feita pelo jogador uruguaio Walter Ibañez contra o Vila Nova, pelo recebimento de R$ 350 mil em créditos trabalhistas. Segundo o portal Sagres, o presidente do clube afirma que Ibañez nunca botou os pés em Goiânia, e que o jogador está agindo de má-fé por conta de um contrato firmado com outro jogador que acabou não indo para o Vila Nova.
A All In Assessoria Esportiva LTDA é uma das empresas por trás da criptomoeda, em parceria com a chinesa Dobi, e foi acionada no processo para que informe sobre o patrocínio – após o Vila Nova afirmar não possuir verba para pagar o jogador uruguaio.
A empresa então respondeu que “não há créditos para repassar ao Vila Nova Futebol Clube no momento”, afirmando ainda que não há prazo para o repasse dos valores prometidos no contrato de patrocínio, justificando que “a economia global foi afetada com a epidemia do coronavírus”.
Segundo informado pela All In no processo:
“[A All In] Informou que ‘a criptomoeda USD SOCCER é um produto pertencente a ALL IN ASSESSORIA ESPORTIVA LTDA em parceria com a DOBI TRADE, empresa chinesa, seu lançamento tem que seguir protocolos internacionais, e ainda não foi efetivamente lançada, motivo pelo qual esta condição ainda não se perfez e o clube VILA NOVA ainda não tem direito a recebimento de valores previstos em contrato’. Não informou ao juízo quando isso irá ocorrer, até porque a economia global foi afetada com a epidemia do coronavírus.”Outros casos
A Chapecoense também firmou um acordo com a empresa por trás da USD Soccer, de acordo com o portal Diário do Iguaçú, e a empresa teria “furado” com o time brasileiro – em um contrato de patrocínio que beira os R$ 6 milhões. Ainda segundo o portal, outros 10 times brasileiros estariam na mesma situação, que envolvia o pagamento do patrocínio em novembro de 2019. Contudo, o pagamento foi adiado para abril deste ano.
Alguns dias depois, a Chapecoense emitiu um comunicado afirmando ter “confiança no projeto e nos membros” da USD Soccer. O caso do Vila Nova de Goiás é o mais recente em que um time brasileiro afirma não ter recebido o patrocínio prometido.