Alerta do Balanço de Nvidia: Por que nossa estratégia por IA ainda se posiciona na açãoLeia Mais

Drex será complemento ao Pix e nascerá passos à frente de 'primos' internacionais

Publicado 31.12.2023, 10:28
© Reuters.  Drex será complemento ao Pix e nascerá passos à frente de 'primos' internacionais
EUR/USD
-
JPM
-
USD/BRL
-
BBAS3
-
BBDC4
-
ITUB4
-
SANB11
-
ROXO34
-

Mundo afora, os bancos centrais correm para desenhar moedas digitais oficiais para facilitar transferências de dinheiro e digitalizar pagamentos. Como o Brasil já fez as duas coisas, o real digital, ou Drex, deve nascer alguns passos à frente de experiências similares, com maior foco em transações de maior valor e complexidade.

"O Drex é um complemento ao Pix, e não um substituto", diz o gerente sênior de Estratégia de Negócios em Serviços Financeiros da Accenture, Ricardo Pandur. "O Pix atendeu muito bem ao varejo, à pessoa física e ao comércio, mas temos um mercado de capitais, de alto valor e de transações entre empresas que o Drex atacará no primeiro momento."

O especialista afirma que na China e na Europa, as chamadas moedas digitais dos bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês) tentam reduzir o uso de dinheiro vivo nos pagamentos, algo que o Pix já fez no Brasil. Nos Emirados Árabes Unidos, o objetivo é facilitar transferências internacionais, utilidade que o Pix também deve ganhar em breve.

Na visão dos participantes do piloto do Drex, comandado pelo Banco Central, a moeda digital não será um produto, mas sim uma plataforma de operações. "O Pix trouxe a digitalização para os pagamentos e em alguma medida, para o dinheiro. O que precisa virar uma Ferrari é a infraestrutura que gerencia outros ativos", diz Pedro Alves de Lima, especialista de assuntos regulatórios do Nubank (BVMF:ROXO34).

O executivo de tecnologia da informação do Banco do Brasil (BVMF:BBAS3), Julierme de Souza, afirma que o Drex será essa plataforma. "O Drex não servirá para comprar uma bala, para isso temos o Pix. Ele servirá para operações que precisem de confiança, e para ter acesso a produtos financeiros mais sofisticados." Isso inclui o financiamento imobiliário, mas também a compra de produtos de investimento.

À frente

O mercado estima que haja, no mundo, mais de uma centena de projetos de moedas digitais oficiais. Por estar à frente, o Brasil deve virar exemplo para boa parte destes projetos. "O Brasil está muito avançado, em uma fase de testes que está validando o funcionamento do real digital", afirma o CEO da Vórtx QR Tokenizadora, Fernando Carvalho.

Ele afirma que na Europa, por exemplo, o Banco Central Europeu espera ter o euro digital em 2028. Nos Estados Unidos, há representações digitais do dólar criadas por bancos, como a JPMorgan (NYSE:JPM) Coin, criada em 2019 e que é operada apenas entre instituições financeiras.

O diretor de Tecnologia do Bradesco (BVMF:BBDC4), Edilson Reis, vê o Drex como um habilitador ou "padrão" para que o mercado digitalize ativos e operações. Ele diz que isso é possível porque o Brasil já integrou outros sistemas, como o de pagamentos. "As nossas operações financeiras têm um grau de sofisticação elevado, se compararmos com outros mercados", diz.

Os bancos começaram a testar as águas antes do piloto do BC. O Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) criou uma unidade de ativos digitais, a Itaú Digital Assets, em 2022. "A Digital Assets é mais um sinal de como o banco pensa e ajuda não só ao banco, mas ao mercado como um todo, a pensar de forma propositiva", diz Guto Antunes, executivo à frente da área.

No Santander Brasil (BVMF:SANB11), há troca de experiências com a matriz, na Espanha, que tem um centro de excelência em blockchain (a tecnologia sobre a qual os ativos digitais são estruturados). "O protocolo selecionado pelo BC para o piloto do Drex, o hyperledger besu, por coincidência é estudado pelo centro de excelência da Espanha há algum tempo", diz Jayme Chataque, executivo de Ativos Digitais e Blockchain do Santander.

Difícil de explicar

Por mirar em problemas complexos, o Drex deve ser mais difícil de explicar ao público geral que o Pix, que tem uma finalidade mais objetiva - transferir dinheiro na hora. "O Drex está mais próximo do Open Finance, porque é uma infraestrutura", afirma Pandur, da Accenture. "Ninguém acorda querendo compartilhar dados [via Open Finance], as pessoas querem um empréstimo ou cartão melhor."

O diretor de Tecnologia do BB, Rodrigo Mulinari, acredita que os bancos terão o desafio de mostrar aos clientes o benefício do Drex sem ter de explicar a eles como a moeda digital funciona. "O Pix tem uma complexidade arquitetural enorme, mas para o cliente, é muito simples", afirma.

Por outro lado, o Drex e a mecânica de seu funcionamento podem ajudar as instituições tradicionais a resolverem um problema complexo: o rejuvenescimento da base de clientes. "Temos uma geração que está se bancarizando e que é tokenizada, nativa na criptoeconomia. O desafio é adaptar o banco para essa geração entrar."

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.