O Banco Central dos Estados Unidos (Fed, na sigla em inglês) resolveu manter as taxas de juros nos níveis atuais.
A decisão foi emitida após a reunião do comitê de política econômica local (FOMC, na sigla em inglês). O encontro ocorreu na quarta-feira (16).
Com isso, as taxas de juros dos EUA permanecem entre 0% e 0,25% ao ano.
O mesmo ocorreu aqui no Brasil. Também na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manteve a taxa Selic em 2% ao ano.
Assim, foi interrompida uma sequência de nove cortes na Selic, cinco deles só em 2020. Nesse período, a Selic saiu de 6,5% para 2%, nível mais baixo da história.
Fed pode beneficiar Bitcoin
Por um lado, as medidas do Fed podem trazer algum novo impulso à economia. Por outro, suas ações podem resultar na perda de valor do dólar.
Afinal, o Fed disse que não aumentaria os programas de compra de ativos – mas não afirmou que eles seriam interrompidos.
Atualmente, já foram mais de US$ 3 trilhões despejados na economia desde o início da pandemia de Covid-19. Apenas em julho, o Fed imprimiu mais dólares do que nos últimos 200 anos.
Essa impressão de dinheiro pode beneficiar o Bitcoin. O criptoativo solidificou sua posição como reserva de valor, à medida que várias empresas e investidores o adotaram para este fim.
Foram os casos da empresa MicroStrategy e do investidor Paul Tudor Jones, que recentemente aumentaram a credibilidade da moeda ao investirem grandes somas.
Com juros mais baixos por mais tempo, a busca por ativos de proteção pode continuar beneficiando o criptoativo no longo prazo.
Taxa zero veio para ficar
O Fed afirmou que não pretende aumentar seu programa de compra de ativos. Entretanto, a taxa de juros baixa pode ficar mesmo após o fim da pandemia.
A instituição ressaltou que espera manter a sua taxa de referências próxima de zero até o fim de 2023. Um dos motivos para isso é a lentidão na recuperação econômica.
“A atividade econômica e o mercado de trabalho se recuperaram nos últimos meses, mas se mantiveram bem abaixo dos seus níveis no começo do ano”, disse o Fed.
Por conta disso, o Fed destacou que pretende ser mais flexível com a taxa de inflação. Segundo o banco, as taxas ficarão baixas até que a inflação se aproxime da meta estipulada, que é de 2% ao ano.
As projeções do Fed são de uma inflação – que nos EUA é medida pelo Consumer Price Index – de 1,2% (de 0,8% anterior) em 2020; em 2021 a 1,7% (de 1,6%); e em 2022, a 1,8%.
Portanto, ainda abaixo da meta do Fed.
“Efetivamente, o que estamos dizendo é que as taxas permanecerão altamente acomodatícias até que a economia esteja bem adiantada em sua recuperação”, afirmou o presidente do Fed, Jerome Powell.