O Ethereum 2.0 vem aí. Depois de ter alcançado sua meta na semana passada, a nova atualização do Ethereum está pronta para o lançamento.
Se tudo correr sem problemas, a nova rede será lançada nesta terça-feira (1). Mas o que é o Ethereum 2.0 e que mudanças a atualização trará para a blockchain?
Maior atualização em anos
A Ethereum 2.0 é vista como uma das maiores atualizações dos últimos anos. Ela promete trazer diversas melhorias no uso, segurança e sustentabilidade do Ethereum.
O principal motor dessa mudança é uma rede chamada Beacon Chain. Ela não funciona como a rede principal Ethereum de hoje.
Ela não tem contas e não pode lidar com contratos inteligentes.
Porém, a Beacon é um componente fundamental para o Ethereum. Ela manterá a rede segura, sustentável e escalável. E isso ocorrerá através de três eixos:
- Aumento da escalabilidade;
- Maior segurança;
- Mineração Proof of Stake.
Mil transações por segundo
A baixa capacidade de suportar transações é um dos problemas da blockchain. Tanto o Ethereum quanto o Bitcoin possuem uma capacidade limitada de realizar transações por segundo.
Essa é uma das coisas que limita o uso em larga escala dessas redes. E é isso que o Ethereum 2.0 tentará mudar. O objetivo da nova rede é oferecer suporte a milhares de transações por segundo.
A título de comparação, o Ethereum atual possui capacidade para apenas 44 transações por segundo. Com a mudança, os aplicativos podem se tornar mais rápidos e baratos de usar.
Segurança reforçada contra ataques
A Ethereum 2.0 também promete trazer segurança contra ataques coordenados à Ethereum, por exemplo um “ataque de 51%”.
Este é um tipo de ataque em que alguém tenta controlar a maior parte da rede. Se isso ocorrer, ele pode forçar alterações fraudulentas e até roubar fundos.
A segurança será aumentada por meio da introdução de cadeias de fragmentos (sharding). A Beacon Chain permite atribuir validadores aleatoriamente a diferentes fragmentos.
Segundo a Fundação Ethereum, isso torna virtualmente impossível para os validadores conspirarem atacando um fragmento específico.
No entanto, o sharding não é tão seguro em um blockchain de prova de trabalho (PoW, na sigla em inglês). Isso porque os mineradores não podem ser controlados pelo protocolo dessa forma.
Por isso, uma terceira mudança será necessária. E ela promete ser a mais revolucionária do Ethereum.
Mineração sustentável via prova de participação
A rede Beacon apresentará a maior mudança do Ethereum na mineração. A rede pretende eliminar a mineração via PoW e substitui-la pela prova de participação (PoS, na sigla em inglês).
Esta é uma nova maneira de ajudar a manter o Ethereum seguro. Os mineradores serão substituídos pelos validadores, responsáveis por aprovar as transações na blockchain.
O PoS será introduzido pela Beacon na terça-feira, mas o PoW não acabará no mesmo dia. A mineração será executada em paralelo por um período de tempo.
Depois desse período, ele val “se fundir” ou “encaixar” nas atualizações da Ethereum 2.0. Até lá a rede terá um sistema híbrido, protegido por PoS e por computação poder.
Isso ocorre porque, a princípio, as shardins não serão capazes de lidar com contas ou aplicações descentralizadas (dApps, na sigla em inglês). Portanto, a rede atual ainda será necessária.
Para se tornar um validador da Ethereum 2.0, o usuário deve apostar um mínimo de 32 ETH através do contrato de depósito. O valor equivale a cerca de R$ 100 mil na cotação atual.
Isso é o que aguarda a nova revolução no Ethereum. E que venha o lançamento!