O ramo de finanças descentralizadas, ou DeFi, tem conquistado espaço no mercado de criptomoedas.
Diariamente, o valor alocado neste ramo bate recordes. No momento da escrita desta matéria, mais de R$ 150 bilhões estão circulando em DeFi — atual recorde de valor alocado.
Desta forma, é importante entender melhor esse setor e como ele impactará 2021. Para isso, o CriptoFácil conversou com Nadia Alvarez, porta-voz da Maker na América Latina.
Evoluir para seguir no topo
A Maker domina o ramo de DeFi, com uma participação de 17,99%. Entertanto, tal dominância não veio sem esforço.
Em conversa com o CriptoFácil, Alvarez explica as mudanças feita pela Maker em 2020 para seguir com a dominância do mercado de DeFi:
“Ao longo de 2020, o Protocolo Maker passou a aceitar novas garantias no sistema. Hoje são mais de 20 tipos de garantias diferentes, gerando mais de 1 bilhão de DAI com um valor alocado total de cerca de US$ 4,7 bilhões [superando R$ 20 bilhões]. Isso foi essencial para o desenvolvimento do ecossistema DeFi.”
ICO 2.0?
Com a variedade de projetos surgindo a cada dia, bem como o alto valor alocado, alguns entusiastas se perguntam se o ramo de DeFi é a febre de ICOs reimaginada.
Em 2017, o frenesi de ICOs lesou muitos investidores, embora alguns projetos sólidos tenham saído da mesma época.
Para a representante da Maker, o ramo de DeFi não segue a mesma linha. Para Alvarez, muitos projetos sólidos já foram lançados nesse setor:
“Na época das ICOs, nem todos os projetos eram lançados. Alguns eram apenas ideias em um papel em branco. Diferente das ICOs, o DeFi possui projetos em execução com cerca de US$ 26 bilhões alocados. Graças à capacidade de composição e porque o DeFi é de código aberto, é possível acompanhar a cada semana os novos projetos DeFi em funcionamento. É claro que, nem todos sobreviverão, mas você pode encontrar projetos robustos lá. Como nas finanças tradicionais, é importante fazer algum tipo de due diligence dos projetos onde você deseja investir.”
Educação e experiência do usuário
Embora o espaço de DeFi esteja em uma crescente, alguns pontos ainda são criticados por entusiastas.
O primeiro deles é a dificuldade de entender toda a proposta do setor e como utilizar as plataformas inseridas. A segunda é a experiência do usuário, dificultada por projetos com painéis confusos.
Alvarez acredita que estes pontos serão corrigidos, entendo tais falhas como oportunidades. Para empresários interessados em aplicar melhoras na área, DeFi é um prato cheio:
“O DeFi é um setor novo, que está evoluindo rápido, mas ainda está em fase inicial. Ele precisa ser melhorado em muitos aspectos e a experiência do usuário é um deles. É por isso que acho o espaço DeFi tão inspirador. Há muitas oportunidades, não só para os usuários finais, mas também para os empresários. O DeFi é uma caixa de ferramentas para criar as melhores soluções financeiras.”
Expectativas para 2021
Por fim, Nadia Alvarez conclui a conversa com suas previsões para 2021.
Suas previsões têm a ver com regulamentações, interações com o mercado financeiro tradicional e tokens não fungíveis — ou NFT:
“Acredito que nos próximos meses veremos mais reguladores trabalhando com o DeFi, fazendo com que muitas fintechs passem a integrar os protocolos DeFi. O espaço DeFi deve evoluir e teremos outras formas de uso com ativos do mundo real, como garantia nos protocolos de empréstimo ou um mercado do NFTs muito maior e soluções financeiras em torno dele.”