Por Sam Boughedda
Em uma nota emitida aos investidores nesta quarta-feira, um analista do Goldman Sachs (NYSE:GS) teceu comentários sobre a Coinbase (BVMF:C2OI34)(NASDAQ:COIN) e a recente ação regulatória no setor de criptomoedas.
A nota saiu após a notícia de que a SEC, comissão de valores mobiliários dos EUA, e o Departamento de Justiça do país estavam investigando o uso de informações privilegiadas envolvendo diversas pessoas, inclusive o ex-gerente de produto da COIN, a quem os órgãos reguladores acusam de repassar informações sobre criptoativos que iriam ser listados na corretora.
Embora a Coinbase não tenha sido acusada de violações, notícias indicam que a SEC está investigando a empresa por oferecer valores mobiliários não registrados em sua plataforma.
O analista, cujo preço-alvo para Coinbase é de US$ 45, explicou que nove moedas mencionadas no caso de uso de informações privilegiadas representam menos de US$ 1 bilhão em capitalização de mercado, ou menos de 1% do valor total do mercado de criptos.
“Ainda que a negociação desses ativos não seja substancial, os resultados dos casos de uso de informações privilegiadas pode abrir um precedente para que as criptomoedas sejam classificadas como valores mobiliários, exigindo que a COIN e outras plataformas de ativos digitais obtenham as licenças regulatórias necessárias”, afirmou o analista. “Ressaltamos que as declarações públicas do presidente da SEC, Gensler, são no sentido de que a maioria, senão todas as criptomoedas além do Bitcoin são, de fato, valores mobiliários não registrados e que há uma grande quantidade de plataformas de ativos digitais sem registro junto à SEC."
O analista disse ainda que essa não é a primeira vez que a Coinbase enfrenta reveses regulatórios sobre a questão de valores mobiliários não registrados, mas a última acusação representaria um passo além nesse sentido.
“O resultado dos casos de uso de informações privilegiadas teria amplas implicações para o tratamento regulatório das criptos. No entanto, em razão da quantidade de incerteza e da falta geral de consenso entre os vários órgãos regulatórios, acreditamos que será difícil tirar conclusões definitivas”, acrescentou.
“Em termos de uma possível investigação da SEC sobre a COIN, acreditamos que isso não seria uma surpresa para o mercado, no âmbito do caso de uso de informações privilegiadas aberto na semana passada. No entanto, avaliamos que os investidores ficariam preocupados com os possíveis custos regulatórios e de adequação legal, além de multas e acordos judiciais, sem falar na permissão para que a COIN continue oferecendo serviços a investidores de varejo sem as licenças que a autarquia julga necessárias”.