Apesar do baque em março, o Bitcoin se recuperou e voltou aos níveis anteriormente apresentados.
Esta recuperação em meio à crise financeira, junto com a popularização do criptoativo, atraiu os ransomwares.
Segundo a Forbes, uma onda de ransomware iniciada nos EUA no fim de 2019 já causou um prejuízo de R$ 7 bilhões.
Bitcoin é pagamento padrão em ransomware Ransomware não é uma novidade na área de crimes cibernéticos. De acordo com a publicação, o primeiro ataque deste tipo data de 30 anos atrás.
Entretanto, segundo Jason Ingalls, fundador da empresa de segurança Ingalls Information Security, o diferencial atual são as criptomoedas.
Ele afirma:
“Criptomoedas servem um papel importante na cadeia internacional de ransomware, transferindo os valores da vítima para o criminoso.”
Apesar da reputação ruim que moedas como Zcash e Monero possuem, o Bitcoin ainda domina os pagamentos.
De acordo com uma pesquisa da Ingalls Information Security, apenas 1% dos pagamentos feitos com criptomoedas utilizaram Monero ou Zcash.
Sobre essa tendência, a especialista Liat Shetret explica:
“Criptomoedas focadas em privacidade não são o criptoativo de escolha para ransomware porque o Bitcoin é mais fácil de obter. Com moedas focadas em privacidade, as opções de liquidez são mais limitadas, e isso minimiza o potencial dos hackers de movimentar o dinheiro.”
Ingalls classifica ainda o ransomware como a primeira ameaça de segurança digital escalável.
Como exemplo, ele cita a possibilidade de hackers travarem automóveis em breve, conforme a tecnologia dos veículos evolui.
Ingalls conclui que uma onda de ransomwares está sendo preparada, tendo em vista a migração para o sistema de home office.
O especialista recomenda que usuários tenham cuidado com e-mails estranhos, por a maioria dos ataques de ransomware começam com e-mails de phishing.
E compensa pagar?
Segundo estimativas feitas pela pesquisa da Ingalls Information Security, os pagamentos geralmente liberam os sistemas.
Cerca de 97% das pessoas que pagaram o resgate em Bitcoin receberam de volta o acesso aos seus sistemas.
Embora o número seja alto, a recomendação de especialistas é buscar ajuda.
Maddie Kennedy, diretora de comunicações da Chainalysis, aconselha que vítimas busquem as autoridades. Tentar resolver as coisas por si só pode piorar a situação.