Jay Mazini, influenciador digital, foi acusado de fraudar mais de R$ 14 milhões em Bitcoin (BTC) de seguidores no Instagram e Twitter.
Segundo comunicado do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ, sigla em inglês), Jegara Igbara, nome de batismo do acusado, induzia a compra da moeda digital alegando pagamento em dinheiro inflacionado, o que não ocorria.
A queixa encaminhada ao Tribunal Federal do Brooklyn informa que o suposto golpe foi aplicado durante os meses de janeiro e fevereiro deste ano.
Promessa de valores inflacionários
De acordo com o DoJ, o influenciador promovia publicações de compra do criptoativo a valores inflacionários em 3,5% a 5%.
Jonathan D. Larsen, agente encarregado da Investigação Criminal da Receita Federal de Nova York (IRS-CI), ressaltou que Mazini aproveitava da sua posição como influenciador de quase 1 milhão de seguidores:
“Mazini usou sua popularidade para fraudar aqueles que buscavam trocar Bitcoin por dinheiro acima do valor de mercado.”
Após acertarem a compra, o influenciador gerava um recibo falso para a vítima e não depositava o valor acordado.
Valores de compra
Na época do suposto crime, o Bitcoin estava cotado a aproximadamente US$ 29 mil, aumentando para cerca de US$ 47 mil em 14 de fevereiro.
Segundo o processo, Mazini chegou a oferecer US$ 52 mil pela moeda digital, aproximadamente R$ 292,2 mil.
O influenciador alegava que compras diretas dispensavam serviços de empresas intermediárias, logo nas taxas do valor negociado.
Além disso, o suposto golpista ostentava um patrimônio de US$ 33 milhões, tal alegação transmitia credibilidade financeira às vítimas.
Para o diretor assistente do FBI, William F. Sweeney, em “uma rápida pesquisa na internet” é possível descobrir mais detalhes sobre Mazini , e pondera:
“A personalidade de mídia social de Igbara [Mazini] seduzia vítimas a venderem seus Bitcoins […] Uma olhada nos bastidores, no entanto, revelou que as coisas nem sempre são o que parecem. Não havia nada de filantrópico nas transações de Bitcoin que Igbara fazia.”
Consequências
Atualmente, o influenciador está detido em Nova Jersey, e enfrentará os tribunais de Nova York. Caso o acusado seja condenado, poderá pegar até 20 anos de prisão.
Embora o perfil oficial de Mazini esteja desativado, as vítimas criaram outras contas com o nome do acusado para divulgar seu suposto golpe.
Golpes com criptomoedas
Nos últimos meses, cresceu o volume de casos envolvendo golpes na criptoesfera. Golpistas utilizam as redes sociais como canal para envolver suas vítimas com falsas promessas de negociações com criptomoedas.
Larsen faz um alerta aos investidores que utilizam as plataformas digitais:
“Compradores devem ficar atentos em negociações de Bitcoin ou qualquer outra criptomoeda pelas redes sociais.”