Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) -A Itaú Unibanco anunciou nesta quinta-feira que passará a oferecer serviço de custódia de criptoativos, em um momento no qual a turbulência global nesse mercado tem ampliado pedidos para o Brasil apressar a regulação do setor.
O novo negócio será liderado por José Augusto Antunes, ou Guto Antunes, ex vice-presidente da corretora Crypto.com.
O serviço começará no segundo trimestre de 2023, inicialmente para ativos digitais do próprio Itaú e, depois, para clientes corporativos e institucionais, disse à Reuters o diretor de Mesas e Produtos do Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4), Eric Altafim.
O anúncio ocorre quatro meses após o maior banco da América Latina ter lançado a Itaú Digital Assets, unidade que transforma ativos em tokens, de olho principalmente na digitalização de papéis como debêntures e fundos de recebíveis no Brasil.
"Nos próximos três anos, o mercado de capitais no Brasil vai ter uma forte transformação nessa direção", disse Altafim, referindo-se à expectativa de rápida adesão de agentes do mercado pela tokenização de valores mobiliários, dado o potencial de redução de custos e simplificação de operações.
Nesse sentido, o Itaú planeja também fazer assessoria para emissores de ativos digitalizados, além de fazer a própria emissão deles.
A ofensiva do Itaú vem no momento em que o colapso da corretora de criptomoedas FTX, uma das maiores do mercado global, tem aumentado o apelo para que a Câmara dos Deputados vote um Projeto de Lei para supervisão do setor no Brasil, um dos 10 maiores mercados de moedas digitais no mundo.
O PL já foi aprovado pelo Senado mais cedo neste ano e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, tem dito que a Casa pode votar o texto ainda neste ano.
De olho na iminente aprovação final da lei, o Itaú já faz planos para expandir seu serviço de custódia de criptoativos inclusive para clientes de fora do país.
"Há muitos clientes nos perguntando, inclusive estrangeiros", disse Altafim.
(Por Aluísio Alves; edição Alberto Alerigi Jr.)