Um promotor chileno da OneCoin, identificado como Oscar Brito, de 30 anos, foi encontrado morto no México, junto com seu parceiro argentino Ignacio Ibarra.
Assim, segundo informações, as vítimas foram sequestradas no início de julho e seus corpos foram encontrados dentro de duas malas em Mazatlán, no estado de Sinaloa.
Corpo encontrado no México
Ambos chegaram ao México em março para promover as operações da Comercializadora Latino-americana de Automotores (CLA).
Trata-se de um intermediário entre compradores e fabricantes de veículos que aceitavam a OneCoin para compra de carros.
De acordo com as informações, Brito estava ansioso para capitalizar seu investimento na OneCoin.
Em seguida, ele tomou conhecimento da existência da trading que já estava operando na Colômbia e na Argentina.
Assim, segundo as autoridades, Brito conheceu Ibarra no Chile em reuniões de negócios para atrair potenciais compradores da OneCoin.
Em fevereiro, o chileno foi convidado por Ibarra e outro colega de trabalho no México para visitar os supostos escritórios da empresa.
Pego em viagem
A viagem de Brito deve ter durado alguns dias, no entanto, devido à pandemia de coronavírus e ao fechamento dos países, ele ficou preso no México junto com Ibarra.
Assim, a presença do chileno no país seria para verificar a legitimidade do negócio, pois havia reclamações de que era uma farsa.
Porém as razões que motivaram Brito e Ibarra a viajar para Mazatlán são desconhecidas.
Enquanto algumas versões indicam que se tratava de problemas trabalhistas, outras apontam para uma viagem de férias.
Investigação sobre o assassinato
A Procuradoria Geral do Estado abriu uma investigação para determinar o motivo do duplo assassinato e encontrar os responsáveis. E as autoridades não descartam nenhuma teoria relacionada a máfias ou tráfico de drogas.
No entanto, os amigos de Brito garantem que ele não se envolveria em pequenos negócios ilícitos.
A família chilena preferiu manter a privacidade do caso e se concentrar no repatriamento do corpo. Brito era da comuna de Recoleta e deixou uma filha.
Desenvolvedor OneCoin
Em sua página no Facebook , Brito compartilhava conteúdos sobre criptomoedas. Até mesmo a apresentação de sua página na rede social é um antigo vídeo promocional da OneCoin.
Assim, não se sabe desde quando o chileno esteve envolvido no projeto, mas informações relacionadas foram publicadas em seu Facebook pela primeira vez em 2017.
Com relação à possível aceitação da OneCoin como meio de pagamento em estabelecimentos comerciais no Chile, Brito publicou em setembro de 2018 uma imagem na qual um aviso é observado com as palavras «Onecoin aceito aqui»
“Você começará a ver esses logotipos em breve em muitos negócios no Chile. Começaremos com a usabilidade global da criptomoeda OneCoin. Já existem no mundo mais de 77 mil comerciantes que o aceitam como forma de pagamento em apenas 1 ano e 8 meses no comércio eletrônico.”
Brito compartilhou imagens e vídeos relacionados ao OneCoin em sua página no Facebook. Fonte: Facebook de Óscar Brito. O que foi a OneCoin? A OneCoin é considerada uma das maiores fraudes na história das criptomoedas.
A iniciativa foi promovida por Ruja Ignatova, da Bulgária, que conseguiu arrecadar mais de R$30 milhões de dólares entre investidores de 175 países.
Um irmão de Ignatova, chamado Konstantin Ignatov, admitiu em novembro do ano passado seu envolvimento no esquema de ponzi.
O homem se declarou culpado de lavagem de dinheiro e fraude.