O fundador da exchange OKEx, Xu Mingxing, foi levado pela polícia nesta sexta-feira (16). A informação foi divulgada pela página oficial da exchange.
Além de fundador, Mingxing também possuía uma das chaves que controlam as carteiras da exchange. Segundo a OKEx, ele não chegou a ser preso, mas apenas “convocado pela polícia” para ajudar em algumas investigações.
“Um de nossos detentores de chave privada está atualmente cooperando com uma agência de segurança pública em investigações”, disse a OKEx.
Por este motivo, a exchange bloqueou os saques de criptomoedas.
Exchange bloqueia saques de criptomoedas
Por conta disso, a exchange anunciou o bloqueio dos saques de criptomoedas por tempo indeterminado. Segundo a OKEx, a medida tem como objetivo “proteger os clientes.”
“Decidimos suspender os saques de criptoativos a partir de 16 de outubro de 2020 às 11:00 (horário de Hong Kong). A medida visa proteger o interesse dos nossos clientes de longa data”, disse a exchange.
Horas antes do anúncio da OKEx, retiradas significativas de Ether (ETH), Tron e Bitcoins foram concluídas de endereços afiliados da OKEx. As retiradas foram identificadas pelo Whale Alert.
50,000,000 #TRX (1,317,074 USD) transferred from #Okex to unknown walletTx: https://t.co/71kudIvNas
— Whale Alert (@whale_alert) October 16, 2020
Já esta transação envolveu mais de 1000 Bitcoins.
1,180 #BTC (13,588,646 USD) transferred from #OKEx to unknown walletTx: https://t.co/VuQwbd6WVg
— Whale Alert (@whale_alert) October 15, 2020
No entanto, a OKEx garantiu que os fundos dos clientes estão seguros.
“As outras funções da OKEx permanecem normais e estáveis e a segurança de seus ativos na OKEx não será afetada. Vamos retomar as retiradas de criptoativos imediatamente assim que o detentor da chave privada em questão for capaz de autorizar a transação”, disse a exchange.
Operação de lavagem de dinheiro
A convocação do CEO da OKEx faz parte de uma operação internacional sem precedentes conduzida pela polícia europeia (Europol).
Essa operação foi comunicada pela Europol através de seu site oficial. Segundo a agência, ela envolveu 16 países e resultou na prisão de 20 indivíduos.
O alvo da operação foi um grupo criminoso intitulado QQAAZZ. A organização é acusada de realizar lavagem de dezenas de milhões de euros para grandes cibercriminosos desde 2016.
Os fundos eram supostamente transferidos por meio de contas bancárias internacionais. Além disso, o grupo utilizava empresas de fachada com base na Polônia e na Bulgária.
Outros meios utilizados pelo QQAAZZ eram os serviços de mistura de criptomoedas. Esses serviços embaralham os endereços, dificultando ou até impedindo o rastreio das transações.