CriptoFácil - A empresa de análise de dados em blockchain Chainalysis divulgou um relatório na quarta-feira, 15 de janeiro, no qual identificou que US$2,8 bilhões em Bitcoin foram enviados por criminosos para exchanges de criptomoedas em 2019.
De acordo com os dados, a maior parte dessas transações foram para as exchanges Binance e Huobi, sendo 27,5% desse valor indo para a Binance e 24,7% indo para a Huobi.
“Embora as exchanges sempre tenham sido uma porta de saída popular para criptomoedas obtidas ilicitamente, elas tiveram uma participação maior desde o início de 2019. Ao longo do ano inteiro, rastreamos US$2,8 bilhões em Bitcoin que foram enviados por criminosos para exchanges”, observou a Chainalysis.Nas duas exchanges, um pequeno grupo de contas que recebeu mais de US$100 milhões em Bitcoin do fundos ilícitos, segundo Chainalysis. E 75% do valor total recebido na Huobi e na Binance foram para 810 das contas com maiores depósitos. A grande maioria das contas, porém, recebeu valores muito pequenos (até US$100,00).
“No geral, pouco mais de 300 mil contas individuais na Binance e Huobi receberam Bitcoin de fontes criminosas em 2019″, observou o relatório.
Segundo a empresa de análise, essas grandes contas provavelmente pertencem a corretores de balcão (OTC) que “normalmente estão associados a uma exchange, mas operam de forma independente.”
A Chainalysis destacou que, embora a Huobi e a Binance possuam procedimentos de identificação de clientes (KYC), esses requisitos são mais baixos para as mesas de balcão, daí a existência, nas duas exchanges, de algumas mesas especializadas em fornecer serviços de lavagem de dinheiro a criminosos.
Em uma lista dos 100 principais corretores de balcão que a Chainalysis acredita fornecer serviços de lavagem de dinheiro, 70 deles estão na Huobi. Os 100 corretores juntos podem representar até 1% de toda a atividade Bitcoin em um determinado mês, de acordo com o relatório.
Em um comunicado à Chainalysis, Samuel Lim, diretor de compliance da Binance, disse que a exchange “está comprometida em combater crimes financeiros com criptomoedas e melhorar a saúde de nossa indústria.”
“Continuaremos aprimorando nossa tecnologia proprietária KYC e AML, bem como as ferramentas e parceiros de terceiros com quem trabalhamos, para fortalecer ainda mais nossos padrões de conformidade”, disse Lim.Já a Huobi não comentou sobre o relatório.