Por Gertrude Chavez-Dreyfuss
NOVA YORK (Reuters) - Os prejuízos relacionados a crimes de criptomoedas subiram para 4,52 bilhões de dólares no ano passado, com aumento no roubo de informações privilegiadas, de acordo com um relatório da empresa forense de blockchain CipherTrace.
As perdas do ano passado aumentaram quase 160% em relação ao total de 2018, de 1,74 bilhão de dólares.
As perdas de usuários e investidores de criptomoedas devido à fraude e apropriação indevida em 2019 aumentaram mais de cinco vezes, enquanto o prejuízo relacionado a hackers e roubos caíram 66%, mostrou o relatório.
"Percebemos um aumento significativo em pessoas mal-intencionadas, enganando vítimas inocentes ou se aproveitando de usuários por meio de esquemas de pirâmide", disse Dave Jevans, presidente-executivo da CipherTrace, à Reuters. "Ataques de dentro de organizações levam a perdas significativas, com grandes consequências para o ecossistema de criptomoedas."
Desde o lançamento do bitcoin, há mais de 10 anos, governos e órgãos reguladores de todo o mundo enfrentam a falta de transparência no mercado de criptomoedas, o que levou a perdas maciças para os investidores.
Duas grandes perdas no início do ano passado foram os principais responsáveis pelo aumento, disse a CipherTrace.
Usuários e clientes tiveram prejuízo de cerca de 3 bilhões de dólares em um suposto esquema de pirâmide envolvendo a carteira e bolsa de criptomoedas PlusToken.
A outra perda significativa foram os quase 135 milhões de dólares que os clientes perderam na bolsa de criptomoedas canadense QuadrigaCX, após a morte inesperada de seu cofundador, de acordo com a CipherTrace.
O relatório da CipherTrace também descobriu que empresas ilícitas de serviços monetários de criptomoedas - incluindo bolsas de criptomoedas - transmitiram fundos nas redes de pagamento de quase todos os dez principais bancos de varejo dos Estados Unidos.
A análise revelou ainda que qualquer grande banco norte-americano processa bilhões de dólares anualmente em transferências não detectadas relacionadas a criptomoedas.
"Essas operações clandestinas criam riscos de conformidade com a AML (legislação contra lavagem de dinheiro), porque os criminosos precisam encontrar maneiras de lavar seus lucros ilícitos de criptomoedas", disse a CipherTrace no relatório.
A CipherTrace descobriu que os bancos pagaram globalmente mais de 6,2 bilhões de dólares em multas relacionadas a descumprimento da AML em 2019.