O presidente do Banco Central (Bacen), Roberto Campos Neto, declarou que a chegada do Real Digital deve ocorrer em 2022. A afirmação foi feita durante uma transmissão promovida pela Bloomberg.
A declaração vem cerca de duas semanas depois do anúncio sobre o lançamento de um grupo de estudos para identificar riscos e propor um modelo para emissão da moeda digital no Brasil.
A medida faz parte dos avanços da agenda de inovação da instituição, cujo principal avanço foi o anúncio do PIX, o sistema de pagamentos instantâneos do Bacen.
PIX é “ingrediente” para moeda digital
De acordo com o Correio Braziliense, durante a live realizada na quarta-feira (2), Campos Neto destacou:
“Para ter uma moeda digital, você precisa de um sistema de pagamentos instantâneos que seja eficiente e interoperável; um sistema aberto, onde pode criar competição; e uma moeda que tenha credibilidade, seja conversível e internacional. Depois disso, eu acho que você tem todos os ingredientes para ter uma moeda digital. Nós achamos que teremos isso em 2022.”
Para Campos Neto, o Real Digital será a consequência do processo de digitalização e modernização do sistema financeiro iniciado pela Agenda BC.
Grupo de trabalho do Real Digital
O grupo de trabalho criado para estudar a emissão do Moeda Digital do Banco Central (CBDC, na sigla em inglês) deve apresentar conclusões dentro de seis meses a um ano.
No lançamento do grupo de trabalho, o Bacen destacou que o Real Digital pode aprimorar o modelo atual das transações comerciais entre pessoas e também entre países.
Além disso, a instituição destacou que as CBDCs não funcionam como o Bitcoin, por exemplo. Já que, para o Bacen, o BTC seria um exemplo de “criptomoedas sem garantia”.
No caso das CBDCs, estas são tratadas como “endossadas pelos bancos centrais”.
Ampliando a competição
Outro tema abordado pelo presidente do Bacen durante a live foi o lançamento do PIX. O sistema de pagamentos deve ser lançado em novembro.
Campos Neto também citou que o Open Banking também começa a ser implementado neste ano. O objetivo, portanto, é ampliar a competição do sistema financeiro nacional.