Por Gertrude Chavez-Dreyfuss
NOVA YORK (Reuters) - As perdas de criptomoedas por roubo e atividades relacionadas a fraudes aumentaram no primeiro trimestre do ano para 1,2 bilhão de dólares, ou 70 por cento do nível de 2018 inteiro, informou a firma de segurança cibernética, CipherTrace.
O valor das perdas por crimes no setor de moeda digital em 2018 atingiu 1,7 bilhão de dólares. Mas o crime relacionado a criptomoedas aumentou à medida que o mercado desacelerou, os preços despencaram e a atividade comercial estagnou.
No primeiro trimestre de 2019, o roubo de moedas digitais de bolsas de câmbio e gerado em golpes totalizou 356 milhões de dólares, enquanto as perdas decorrentes de fraudes ou fundos desviados atingiram 851 milhões, informou a CipherTrace, uma respeitada companhia com sede nos Estados Unidos, em relatório trimestral.
"O crime com criptomoedas ficou pior porque as regulamentações ainda são pouco aplicadas. A Europa ainda não implementou suas regulamentações e a comunidade de criminosos cibernéticos continua a crescer", disse o presidente-executivo da CipherTrace, Dave Jevans, à Reuters.
"Além disso, questões internas como fraude ou roubo cresceram principalmente devido a operações fora dos Estados Unidos onde as normas são fracas ou simplesmente devido à ganância e má administração por parte de jovens gestores destas empresas de criptomoedas que gerenciam centenas de milhões ou até bilhões de dólares".
Jevans também é presidente do grupo Anti-Phishing Working, uma organização global focada em ajudar na solução de cibercrimes.
O relatório da CipherTrace também disse que existe uma grande lacuna no atual ambiente regulatório de criptomoedas no que diz respeito aos pagamentos transfronteiriços das bolsas dos EUA para as bolsas no exterior, que estão além do alcance das autoridades norte-americanas.
Uma análise de 164 milhões de transações com bitcoins mostrou que pagamentos internacionais para bolsas no exterior cresceram 46 por cento nos últimos dois anos, contribuindo para os 8,7 trilhões de dólares, ou 11,5 por cento da riqueza mundial que está escondida no exterior, segundo o relatório.