Um servidor público é investigado por minerar criptomoedas usando recursos públicos. O caso aconteceu no estado de São Paulo, envolvendo a Prefeitura de Marília.
Segundo o Cointelegraph Brasil, o servidor ainda teria instalado um sistema de resfriamento portátil para não danificar seus equipamentos de mineração.
A ação era realizada na sala do funcionário, no Departamento de Água e Esgoto da cidade (DAEM).
Roubo de energia para minerar criptomoedas
O uso indevido de energia da instituição pública está sendo investigada pela Corregedoria Geral do Município.
“O servidor L.M.G. estaria minerando criptomoedas na sala em que exerce suas funções no DAEM de forma ininterrupta. Inclusive, durante o horário de expediente, utilizando-se da energia do DAEM para seus equipamentos particulares”, diz a denúncia.
Além do nome do servidor, que atuava como programador, o período da ação também não foi divulgado.
Sistema de resfriamento
De acordo com o documento, o funcionário também aproveitou para instalar um sistema de resfriamento para seus equipamentos.
Para a instalação do ar-condicionado portátil, uma passagem foi aberta na parede.
“Foi constatada a abertura de um buraco na parede que ficou posicionado atrás do bebedouro, ao lado da sala ocupada pelo referido servidor.[…] Constatou-se que na abertura foi ligada a tubulação do ar-condicionado portátil de propriedade do servidor. Não se sabe quem teria realizado a tal abertura, quando foi realizada e se houve autorização para tal”, revela o processo.
Investigação
A Prefeitura de Marília enviou servidores especializados para averiguar a situação. De acordo com a acusação, foi constatado o uso indevido de máquinas de mineração no prédio.
Os técnicos teriam filmado a sala do programador e todos os equipamentos em funcionamento para anexar na denúncia.
“Considerando que há fortes indícios, […] que o servidor estava realizando mineração de criptomoedas durante o expediente às custas do DAEM. Utilizando energia da autarquia e se enriquecendo ilicitamente. […] Fica instaurado Processo Administrativo Disciplinar em face do servidor L.M.G.”
Caso comprovado o roubo de energia, o funcionário pode ser exonerado de seu cargo público.
Outros casos
Esta não é a primeira vez que um servidor se aproveita da energia de instituições públicas para minerar criptomoedas.
Em 2019, funcionários de Yuzhoukrainsk, na Ucrânia, foram presos por praticar mineração de ativos digitais nas dependências do prédio.
Na época, foi informado que os infratores comprometeram a segurança da usina ao conectar os equipamentos à internet.
O mesmo ocorreu em 2018 na Rússia. Na ocasião, engenheiros do Centro Federal Nuclear foram presos por minerar Bitcoin em um supercomputador da organização.