A Chainalysis é uma empresa que analisa dados sobre blockchain. Tais dados envolvem a adoção de criptomoedas na sociedade.
Um estudo realizado pela empresa focou na adoção de criptomoedas na América Latina. Embora os resultados completos só serão divulgados em setembro, parte do estudo já foi disponibilizado.
No trecho já veiculado, descobriu-se que a Venezuela é o país da América Latina que mais usa criptomoedas. Contudo, o resultado não é o que parece.
Necessitados não são principais usuários
Mundialmente, a Venezuela é o terceiro país que mais adota criptomoedas no cotidiano. O país latino perde apenas para Ucrânia e Rússia.
O estudo trata da dinâmica entre a Petro, criptomoeda criada pelo governo venezuelano, e os criptoativos no geral.
Uma exchange liberada pelo governo de Nicolás Maduro, chamada Criptolago, foi analisada mais a fundo.
Constatou-se que 75% das transações eram superiores a US$ 1.000. Tendo em vista que um venezuelano recebe, em média, US$ 0,72 ao dia, é pouco provável que os serviços de criptomoedas ajudem os necessitados.
A Chainalysis afirma que conversou com uma fonte próxima das transações com criptomoedas no país.
Afirmou-se que elas provavelmente pertencem aos aliados de Maduro, que estão utilizando criptomoedas para lavar dinheiro ou mover fundos para fora do país.
Negociações P2P lideram
A pesquisa menciona ainda as negociações P2P na Venezuela. Segundo o documento, a exchange LocalBitcoins é a principal responsável pelo grande volume.
Além dos dados, a Chainalysis afirma ter entrevistado diferentes venezuelanos. Por meio das pesquisas, notou-se um crescente interesse em criptomoedas.
Venezuelanos que deixaram o país atrás de melhores condições de vida também impulsionam o uso de moedas digitais.
Os familiares que permanecem no país utilizam criptomoedas para receber o dinheiro, evadindo-se do estado.
Embora o grosso do volume seja movimentado por apoiadores do regime, a pesquisa revela que a população da Venezuela criou um grande interesse nas moedas digitais.