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EUA se recuperam melhor que zona do euro de crise mundial

Publicado 07.04.2010, 10:55
Atualizado 07.04.2010, 11:42

Paris, 7 abr (EFE).- A economia americana se recupera em melhor ritmo que a europeia, constata a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a qual confirmou hoje que o crescimento mundial continuará na primeira metade de 2010, embora desacelerado.

Antecipando suas perspectivas econômicas semestrais, a organização sediada em Paris confirmou em relatório que "a atividade econômica marcou uma aceleração no último trimestre de 2009 na maior parte das grandes economias, com a notável exceção da zona do euro". Entre os destaques positivos estão países emergentes, como o Brasil.

No entanto, a OCDE adverte que a recuperação, que continuará em 2010, terá um ritmo mais fraco que o registrado no final do ano passado.

Nos países cuja moeda é o euro, o crescimento previsto agora para o primeiro trimestre recém-concluído de 2010 é de 0,9%, enquanto se prevê 2,4% para os Estados Unidos. Já para o segundo trimestre, a OCDE espera que a zona do euro cresça 1,9% e que os EUA registrem 2,3%.

O relatório confirma a recuperação econômica mundial, "mas a um ritmo variável, de acordo com os países e regiões". O documento estima que, com os dados disponíveis da OCDE, o crescimento "sem dúvida apresentará um arrefecimento" no primeiro semestre deste ano.

Esta previsão global, menos positiva do que a indicada pelos dados do final de 2009, está presente em uma antecipação do relatório semestral da organização. Ela é divulgada um dia depois de o secretário-geral do organismo, Ángel Gurría, anunciar que a recuperação da Europa segue atrás das grandes potências econômicas.

Gurría havia declarado ontem em Praga que observava um "cenário otimista" na recuperação econômica mundial, mas ressaltou que ela possui "três velocidades": em primeiro lugar as potências emergentes como China e a Índia, em segundo os EUA e o Japão e, somente em terceiro lugar, a Europa.

Os países-membros da OCDE se beneficiaram da expansão da atividade nas grandes economias emergentes, entre as quais o relatório destaca a China, a Índia e o Brasil.

No entanto, a organização adverte que os desequilíbrios mundiais se acentuaram com o início da recuperação econômica. Além disso, ela enfatiza que "permanecem grandes desequilíbrios dentro da zona do euro".

Ao comentar a atividade econômica mundial do final de 2009, a OCDE destaca a "exceção notável" da zona do euro, diante da consolidação do consumo privado nos EUA e de uma demanda externa "sólida" no Japão.

Entre as grandes economias europeias, a OCDE aponta que o maior crescimento é esperado justamente em um país que não pertence à zona do euro, o Reino Unido, onde se prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2010 aumente 3,1%.

Para a Alemanha, a OCDE prevê que o PIB cresça 2,8% durante o segundo trimestre deste ano, frente a 1,7% da França e muito longe do 0,5% previsto para a Itália.

O economista-chefe da organização, Pier Carlo Padoan, assegurou que existem diferenças fundamentais entre as economias da Espanha e da Grécia, embora ambas atravessem situações complicadas.

No caso da Espanha, Padoan mencionou a existência de um "problema de sustentabilidade de crescimento". Já quanto à Grécia ele disse se tratar de uma questão da sustentabilidade das finanças.

Além disso, ele explicou que na Espanha houve nos últimos meses "uma mudança muito rápida" de seus dados macroeconômicos fundamentais, sem dar mais detalhes.

A OCDE adverte sobre a "grande prudência" com a qual é necessário abordar as perspectivas da recuperação econômica mundial, dado o cenário de fraqueza do mercado de trabalho e da influência "potencialmente negativa" dos mercados financeiros.

O relatório constatou uma prudência em relação à retirada dos pacotes de ajuda aprovados pelos diferentes países para estimular suas economias. "Os bancos centrais já começaram a absorver os volumes excepcionais de liquidez injetados durante a recessão", constata a OCDE.

"Qualquer outra ação nesse sentido deverá ser conduzida pelas condições financeiras", adverte a organização.

O relatório indica que a "normalização das taxas básicas de juros deverá ser feita a um ritmo condicionado pelo vigor da recuperação em cada país e pelas perspectivas de inflação além do horizonte de curto prazo das previsões". EFE

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