SÃO PAULO (Reuters) - A proporção de famílias paulistanas endividadas voltou a subir em abril ante o mês anterior, para o maior patamar desde setembro de 2015, bem como aumentou a inadimplência pelo segundo mês seguido na base sequencial, de acordo com pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
No mês passado, 52,9 por cento das famílias consultadas no levantamento declararam ter algum tipo de dívida, um alta de 2,7 ponto percentual na comparação com março, conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) divulgada nesta quarta-feira. Frente a abril de 2016, também houve elevação, de 1,8 ponto.
Em números absolutos, o total de famílias endividadas passou para 2,046 milhões em abril, contra 1,941 milhão em março e 1,962 milhão em abril de 2016.
"Depois do uso dos recursos adicionais do 13º para a quitação de dívidas, era natural que o número de famílias endividadas voltasse a subir", afirmou a assessoria econômica da entidade, em nota.
O endividamento foi maior entre as famílias que ganham até dez salários mínimos.
A inadimplência também subiu pelo segundo mês consecutivo, ao atingir 18,7 por cento em abril, alta de 1,2 ponto percentual. Ante o mesmo período do ano passado, a proporção de famílias com contas em atraso subiu 0,4 ponto percentual.
A proporção de famílias sem condições de pagar as contas no próximo mês cedeu 0,5 ponto, para 8,2 por cento em abril, após três altas seguidas na base sequencial. Em relação a abril de 2016, porém, representou alta de 1,8 ponto.
De acordo com a FecomercioSP, diante do quadro de desemprego ainda elevado, é inevitável a deterioração das variáveis relacionadas à inadimplência.
(Por Paula Arend Laier)