SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira que o Brasil vai continuar com sua agenda econômica independentemente "de qualquer coisa" e que já existe consenso de que a atual política econômica vai continuar.
Segundo Meirelles, no Brasil, uma crise política só gera crise econômica quando ela gera incerteza sobre a condução da política econômica.
O governo vive sua pior crise política após o presidente Michel Temer ser fortemente atingido pele delação do empresário Joesley Batista, do grupo JBS (SA:JBSS3). Temer virou alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça, e já há pedidos de impeachment contra ele.
O governo tem importante agenda de reformas no Congresso Nacional, em especial a da Previdência, para tentar tirar o país de dois anos seguidos de forte recessão.
E, para tentar mostrar força, o governo vem se esforçando para ver sua pauta econômica andando no Congresso. Na véspera, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), informou que a votação da reforma da Previdência deve começar entre os dias 5 e 12 de junho na Casa.
Meirelles disse ainda, durante evento em São Paulo, que a inflação de serviços vem perdendo força, afetada pela demanda, o que permite ao Banco Central adotar uma política monetária que ajude na retomada do crescimento.
Nos últimos dias, o ministro fez teleconferências com investidores de todo o mundo para tentar acalmar os ânimos e fortalecer o discurso de que a agenda está mantida.