Washington, 21 abr (EFE).- O crescimento global conta com perspectivas "promissoras", mas deve ser "equitativo" para não alimentar o "protecionismo", afirmou nesta sexta-feira o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, após a reunião do G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia (UE).
"Muita gente sente que não está sendo beneficiada com o crescimento e a globalização, e temos que enfrentar isto. Caso contrário, haverá mais protecionismo", indicou em entrevista coletiva o ministro alemão, cujo país ostenta a presidência temporária do grupo, na sede do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington.
Além disso, Schäuble enfatizou o "amplo consenso" que existe sobre os efeitos negativos do protecionismo, e destacou o "bom ambiente" existente durante o encontro do grupo que inclui os principais países avançados e em desenvolvimento.
Nesta ocasião, no entanto, não houve um comunicado conjunto do G20, como é tradicional, depois da polêmica desatada na última reunião ministerial realizada em Baden-Baden (Alemanha) há cinco semanas pela supressão de uma frase na nota que rejeitava as medidas protecionistas.
Esta eliminação foi impulsionada pela delegação dos Estados Unidos, liderada pelo secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, em sua primeira participação em uma cúpula ministerial e em sintonia com a agenda de nacionalismo econômico defendida pelo novo presidente americano, Donald Trump.
Schäuble reconheceu que ocorreram "certos problemas de comunicação" em Baden-Baden, mas frisou que, nesta ocasião, todos os participantes destacaram os benefícios das economias abertas e do comércio global.
O encontro do G20 aconteceu dentro dos eventos da assembleia semestral do FMI e do Banco Mundial, que reúne em Washington os principais líderes mundiais, e na qual a mudança na política econômica dos EUA é um dos principais temas de debate.