Buenos Aires, 3 mai (EFE).- Os analistas que são consultados mensalmente pelo Banco Central da Argentina para seu relatório de expectativas de mercado estimaram nesta sexta-feira que 2019 terminará com 40% de inflação, que, além disso, continuará subindo nos próximos dois anos.
Os especialistas que redigiram a Pesquisa de Expectativas de Mercado, cujos dados foram divulgados hoje, afirmaram que a inflação de abril foi de 4% ao mês - embora ainda não tenham saído os dados oficiais -, completando um quadrimestre com uma inflação média de 3,8% mensal.
Além disso, esperam que já no segundo quadrimestre fique em 2,6% de média mensal e caia no último quadrimestre do ano até 2,1% mensal.
Em suas previsões, esperam que o número médio das previsões de inflação para os próximos 12 meses fique em 31,4%, o que representa 0,7 pontos mais a respeito da pesquisa anterior, e a eleva em 23% para os próximos 24 meses, 0,2 pontos a mais.
Os analistas preveem uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) real para 2019 de 1,3% e diminuíram o crescimento previsto para o próximo ano para 2,2%.
A expectativa de expansão para 2021 foi mantida em 2,5%, assim como na pesquisa de março, enquanto as expectativas de variação trimestral a preços constantes para o primeiro trimestre de 2019 foram elevadas a 0,4%.
Os especialistas consultados também previram um aumento na taxa de juros de política monetária para maio com uma taxa média de 70%, 8,45 pontos acima do número de março, e marcaram uma linha descendente até alcançar 50% no próximo mês de dezembro.
A projeção da taxa de câmbio nominal variou desta vez em alta, de um valor esperado na média para maio de 44,7 pesos por dólar até um valor em dezembro de 51,2 por dólar.
Por último, os analistas projetaram um déficit fiscal primário para 2019 de US$ 95,6 bilhões, o que representa US$ 15,6 bilhões adicionais de déficit em relação ao último mês de março, e um superávit de US$ 141 bilhões para 2020, US$ 2,4 bilhões a mais quando comparado com a pesquisa prévia.
Desde abril do ano passado, a Argentina enfrenta uma forte desvalorização da moeda e as consequências de uma dura seca que abateu o setor agropecuário, um dos motores da economia nacional.
No meio de uma inflação crescente que ainda não pôde conter, o governo de Mauricio Macri, que já confirmou que tentará a reeleição nas eleições presidenciais de outubro, anunciou que espera que a economia encolha 0,5% no final do ano.