PARIS (Reuters) - Apenas um grande risco de queda da inflação pode levar os bancos centrais a considerar as medidas de estímulo monetário mais radicais que algumas pessoas estão sugerindo em resposta à crise do coronavírus, disse nesta quarta-feira a autoridade de política monetária do Banco Central Europeu, François Villeroy de Galhau.
Villeroy, que também é presidente do banco central francês, afirmou que a demanda fraca manterá a inflação abaixo da meta de 2% do BCE por um período duradouro, o que exigirá que a taxa de juros seja mantida baixa e a liquidez abundante.
No entanto, alguns economistas estão pedindo medidas ainda mais extremas, como transferências de dinheiro para as famílias, enquanto o ex-presidente do BCE, Mario Draghi, pediu o cancelamento de dívidas corporativas.
Em um artigo de opinião no jornal francês Le Monde, Villeroy disse que essas sugestões são "altamente especulativas" e seriam difíceis de serem colocadas em prática.
"Segundo essas teorias, os bancos centrais poderiam, por exemplo, criar dinheiro para financiar diretamente as empresas", escreveu ele.
"Nada é, em princípio, excluído em um debate intelectual, mas apenas um grande risco de queda na estabilidade de preços pode fazer com que tais teorias sejam consideradas", acrescentou.
(Reportagem de Leigh Thomas)