Bruxelas, 31 dez (EFE).- A Dinamarca inicia neste domingo seu semestre de Presidência rotativa da União Europeia (UE), que será marcado pelos esforços de superar definitivamente a crise do euro, embora o pequeno país escandinavo terá capacidade de ação limitada.
Com o ritmo marcado pelo presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, mas também pela Alemanha e a França, a Dinamarca (que é com o Reino Unido o único país da UE com isenção de entrada no euro) não tem o peso necessário para protagonizar as discussões e influenciar de forma decisiva em seu desenvolvimento.
No entanto, e tal como já explicou o ministro de Assuntos Europeus dinamarquês, Nikolai Wammen, a Presidência dinamarquesa apoiará Van Rompuy "em tudo o que for possível" nesse processo.
O início de 2012 será marcado pelo lançamento de um tratado intergovernamental para a adoção de um novo "pacto fiscal" que consagre a disciplina orçamentária.
Espera-se que a cúpula extraordinária de 30 de janeiro respalde o texto, para que possa ser assinado em março antes de passar à ratificação dos países.
O autoexclusão do Reino Unido na cúpula de 8 e 9 de dezembro impediu que o texto alcance uma reforma dos tratados da UE, mas todos os demais países comunitários que não têm o euro (incluindo Dinamarca) mostraram disposição de participar (com a ressalva do apoio parlamentar na Hungria, a República Tcheca e Suécia).
Precisamente, a Dinamarca poderia fazer valer sua posição de alheio ao euro, mas ao mesmo tempo favorável ao pacto, para tentar conseguir o máximo de apoio e "unir os países que estão dentro e fora da zona do euro", como disse Wammen ao apresentar a Presidência de seu país há duas semanas em Bruxelas.
A primeira-ministra dinamarquesa, a social-democrata Helle Thorning-Schmidt, disse reiteradamente que com as medidas anticrise seu Governo é consciente de que é preciso relançar o crescimento econômico europeu.
As autoridades de Copenhague não escondem que esta Presidência é, em parte, um presente envenenado, já que chega "no momento mais difícil" da construção europeia, para o qual buscarão a todo custo a cooperação entre todos os estados-membros e fugindo de disputas institucionais que não beneficiam ninguém.
Além da crise do euro e a econômica, as demais prioridades gerais desta Presidência serão potenciar o mercado único como motor de crescimento; promover uma Europa verde e aumentar a segurança externa e interna da União.
As presidências rotatórias da UE perderam peso com a entrada em vigor do Tratado de Lisboa, no fim de 2009, já que a política externa e a Presidência das cúpulas de líderes estão a cargo de responsáveis permanentes. EFE