BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal levantou 87,851 bilhões de reais em impostos e contribuições em fevereiro, queda real de 11,53 por cento sobre o mesmo mês de 2015, divulgou a Receita Federal nesta sexta-feira, num reflexo da debilidade da economia, que atinge em cheio a arrecadação.
O resultado, que veio em linha com expectativa de 88 bilhões de reais apontada em pesquisa da Reuters, foi o pior para fevereiro desde 2010, quando somou 82,538 bilhões de reais, em cifra atualizada pela inflação.
No acumulado dos dois primeiros meses do ano, a arrecadação teve recuo real de 8,71 por cento ante igual etapa do ano passado, a 217,236 bilhões de reais.
O desafio para o governo reequilibrar as contas públicas segue grande diante da fraqueza da economia, que vem impactando com força o recolhimento de importantes tributos.
Do lado positivo, as desonerações diminuíram 2,609 bilhões de reais em fevereiro sobre igual mês de 2015, a 7,093 bilhões de reais.
Mas houve queda real de importantes tributos na mesma base de comparação, com destaque para Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Cofins e IPI. A receita previdenciária também teve declínio real em fevereiro, de 5,62 por cento.
No mês passado, o governo reconheceu o cenário de perspectivas sombrias para a arrecadação ao propor que o governo central --governo federal, Banco Central e INSS-- possa ter déficit de até 60,2 bilhões de reais neste ano, contra meta de superávit primário de 24 bilhões de reais.
Dos 84,2 bilhões de reais que poderão ser abatidos da meta, 30,5 bilhões de reais correspondem a eventual frustração com receitas administradas pela Receita.
(Por Marcela Ayres)