BRASÍLIA (Reuters) - A arrecadação do governo federal teve baixa real de 0,27 por cento em novembro na comparação com igual mês de 2017, a 119,420 bilhões de reais, na primeira queda do ano, apontou a Receita Federal nesta sexta-feira.
Nos meses anteriores, todos os desempenhos mensais haviam sido positivos, com destaque para janeiro, fevereiro e julho, com altas de dois dígitos.
O dado de novembro também veio abaixo da expectativa de 122,6 bilhões de reais, apontada por analistas em pesquisa Reuters.
Segundo a Receita, a performance foi negativamente afetada pela base de comparação, já que em novembro do ano passado houve ingresso de 5,805 bilhões de reais com pagamentos no âmbito do Refis, programa de regularização tributária. Neste ano, o valor levantado com parcelamentos desse tipo foi de apenas 895 milhões de reais.
No mês, houve queda 2,02 por cento na receita previdenciária, sobre igual período de 2017, numa redução de 695 milhões de reais. Também impactaram negativamente a arrecadação o recuo de 55,52 por cento com Cide sobre combustíveis (-294 milhões de reais) e de 1,91 por cento com Imposto de Renda Retido na Fonte-Rendimentos do Trabalho (-212 milhões de reais).
Do lado positivo, a Receita ressaltou a alta de 33,78 por cento com Imposto de Renda Pessoa Jurídica/Contribuição Social Sobre Lucro Líquido, que acarretou um ganho de 4,073 bilhões de reais nessa linha, na comparação anual.
Na avaliação do órgão, isso se deu por conta da melhora no resultado das empresas e redução nos valores compensados contra estimativa mensal.
No acumulado dos 11 meses de 2018, a arrecadação exibiu um crescimento real de 5,39 por cento, a 1,316 trilhão de reais, melhor cifra para o período desde 2014 (1,387 trilhão de reais), conforme dados corrigidos pela inflação.
A Receita tem ressaltado que a recuperação da economia vem dando impulso ao recolhimento de impostos, mas neste ano o país também tem se beneficiado da forte alta na arrecadação com royalties do petróleo.
As receitas administradas por outros órgãos -- sensibilizadas sobretudo pelos royalties -- tiveram um salto real de 53,51 por cento de janeiro a novembro, a 55,301 bilhões de reais, apontou a Receita.
(Por Marcela Ayres)