BRASÍLIA (Reuters) - A arrecadação do governo federal registrou crescimento real de 8,66 por cento em setembro sobre igual mês de 2016, alcançando 105,595 bilhões de reais, desempenho fundamentalmente puxado por receitas extraordinárias vindas do Refis, programa de renegociação tributária com descontos.Foi o melhor resultado para setembro desde 2015 (+105,933 bilhões de reais) e o segundo mensal positivo consecutivo, informou a Receita Federal nesta quinta-feira.
Sozinho, o Refis rendeu 3,401 bilhões de reais no mês, somando 10,985 bilhões de reais no ano até agora. As cifras incluem valores negociados junto à Receita e à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. A adesão ao programa se encerra no fim deste mês.
Na véspera, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, já havia dito que a arrecadação com o programa se aproximava de 10 bilhões de reais, valor que, no entanto, não considerava as alterações que foram feitas pelo Congresso Nacional em projeto de lei sobre o tema, que têm potencial de diminuir esse montante.
O presidente Michel Temer ainda precisa sancionar a lei sobre o Refis que foi aprovada pelos parlamentares no início deste mês. Oficialmente, a expectativa do governo era de ingresso de 8,8 bilhões de reais nos cofres públicos.
Outros destaques da arrecadação em setembro, segundo a Receita Federal, foram o aumento real na arrecadação com Cofins/Pis-Pasep --de 10,54 por cento, a 24,332 bilhões de reais sobre setembro de 2016-- e na receita previdenciária, de 5,87 por cento, a 32,504 bilhões de reais.
Nos nove primeiros meses do ano, a arrecadação subiu 2,44 por cento, já descontada a inflação, a 968,334 bilhões de reais.
(Por Marcela Ayres)