Por Louis Charbonneau
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) rejeitou nesta terça-feira um projeto de resolução que pedia a retirada de Israel dos territórios palestinos até o fim de 2017.
Mesmo que o projeto tivesse recebido o mínimo de nove votos a favor, ele teria sido derrotado pelo voto contrário dos Estados Unidos, um dos cinco membros permanentes do conselho com poder de veto.
A resolução palestina recebeu oito votos a favor e dois votos contra. Houve cinco abstenções. A Austrália se juntou aos EUA e votou contra a medida.
A embaixadora norte-americana na ONU, Samantha Power, defendeu a posição dos EUA contra o projeto em um discurso ao conselho formado por 15 países.
"Os Estados Unidos buscam a cada dia novas maneiras de tomar medidas construtivas para apoiar as partes a fazer progressos no sentido de alcançar uma solução negociada", disse ela.
"A resolução do Conselho de Segurança colocada diante de nós hoje não é um desses passos construtivos", disse ela, acrescentando que isso prejudicaria os esforços para chegar a uma solução de dois Estados. "Este texto aborda as preocupações de apenas um lado."
A embaixadora da Jordânia na ONU, Dina Kawar, lamentou a rejeição da resolução.
"Esperávamos que o Conselho de Segurança adotasse hoje o projeto de resolução árabe, pois o conselho tem tanto as responsabilidades legais e morais de resolver o conflito israelo-palestino", disse ela.
A derrota da resolução não foi surpreendente. Os EUA, disseram diplomatas do conselho, tinham deixado claro que não queriam que tal resolução fosse submetida a votação antes da eleição de Israel em março.
Mas os palestinos, de acordo com os diplomatas, insistiram em votar a resolução, apesar do fato de que estava claro de antemão que os norte-americanos não deixariam que fosse aprovada.
O anúncio repentino na semana passada de que queriam uma votação antes do Ano-Novo surpreendeu as delegações ocidentais no Conselho de Segurança da ONU.
Para ser aprovada, uma resolução precisa de nove votos a favor e nenhum veto dos cinco membros permanentes do conselho, que são EUA, Rússia, China, França e Reino Unido.
A resolução palestina pedia que as negociações fossem baseadas nas linhas territoriais que existiam antes de Israel capturar a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza na guerra de 1967.
O documento também pedia um acordo de paz dentro de 12 meses e o fim da ocupação israelense até o fim de 2017.
O governo de Israel havia dito que uma votação no Conselho de Segurança, após o fracasso em abril das negociações mediadas pelos EUA sobre um Estado palestino, só iria aprofundar o conflito.
(Reportagem adicional de Lesley Wroughton em Washington)