Rio de Janeiro, 24 ago (EFE).- As despesas do Governo brasileiro
em medidas fiscais para fazer frente à crise econômica global foram
equivalentes a 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, uma das
menores porcentagens no mundo, afirmou hoje o ministro da Fazenda,
Guido Mantega.
De acordo com o ministro, essa porcentagem é pequena em relação à
dos países desenvolvidos e à de outros países emergentes, como a
China, cujas medidas contra a crise chegaram a cerca de 13% de seu
PIB.
Mantega, em um pronunciamento durante um seminário no Rio de
Janeiro, assegurou que o Brasil, que foi um dos últimos países a
sentir os efeitos da crise, já está superando as dificuldades e será
um dos primeiros a deixar para trás as turbulências econômicas.
O ministro reconheceu que seu Governo teve que reduzir a meta de
superávit fiscal primário deste ano de 3,8% do PIB para 2,5%, devido
à necessidade de aumentar os gastos públicos em medidas para fazer
frente à crise.
Além de aumentar os investimentos em obras públicas, o Brasil,
como medida anticrise, reduziu os impostos sobre diferentes setores,
como o automotivo, o de eletrodomésticos e o de materiais de
construção.
"Mas em 2010 teremos novamente a meta anterior de superávit
fiscal primário (3,8% do PIB). Teremos uma política fiscal
responsável em um ano eleitoral", assegurou Mantega, em referência
às eleições presidenciais de 2010.
Mantega acrescentou que, apesar do aumento das despesas e da
redução da arrecadação, o déficit fiscal nominal do Brasil em 2009
será o menor entre todos os países que integram o Grupo dos Vinte,
formado pelas nações mais desenvolvidas e as principais economias
emergentes do mundo.
"Acredito que fecharemos o ano com um déficit nominal de entre
2,2% e 2,3%", disse Mantega.
O ministro assegurou que a previsão do Governo é de que a
economia brasileira registre um crescimento de 1,6% no segundo
trimestre deste ano, com o que colocará fim à recessão técnica que
sofreu ao acumular retrações econômicas no último trimestre de 2008
e no primeiro de 2009.
Segundo o ministro, a recuperação a partir do segundo trimestre
deste ano permitirá o país a iniciar um novo ciclo de crescimento
econômico.
"Estamos no início de um novo ciclo de desenvolvimento. Tivemos
um ciclo entre 2003 e 2008 e estamos nos preparando para outro",
afirmou.
A recuperação, acrescentou, permitirá o país a terminar 2009 com
uma geração de entre 600 mil e 800 mil novos postos de trabalho
formais. EFE