Por Marc Frank e Sarah Marsh
HAVANA (Reuters) - O Parlamento cubano se reuniu nesta quinta-feira para aprovar os documentos que confirmam o Partido Comunista como a força dirigente superior da nação, quando falta menos de um ano para que Raúl Castro deixe o cargo de presidente do governo.
A Assembleia Nacional, convocada em sessão extraordinária, se pronunciou para proibir a concentração da riqueza em uma série de documentos aprovados que reafirmam o sistema político de um só partido, no qual predomina a propriedade estatal socialista, embora permitindo alguns negócios privados e o investimento estrangeiro.
Os deputados da Assembleia Nacional aprovaram os textos por unanimidade depois de um debate.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cogitou a possibilidade de reverter a distensão empreendida por seu antecessor Barack Obama, argumentando a falta de democracia e de respeito aos direitos humanos em Cuba.
Havana tem dito, por sua parte, que não fará as concessões políticas ou econômicas que o atual mandatário norte-americano exige.
"Os documentos aprovados (...) são fundamentos programáticos que reafirmam o caráter socialista da Revolução (...) e o papel que desempenha o Partido como força dirigente superior da sociedade e do Estado", disse Raúl Castro, citado pela estatal Agência Cubana de Notícias.
Os documentos discutidos são resultado do Congresso do Partido Comunista do ano passado e incluem os esforços em curso para flexibilizar a economia local e um "plano nacional para o desenvolvimento econômico e social até 2030".
Raúl Castro, que substituiu seu irmão Fidel na Presidência em 2008, anunciou que renunciará a seu cargo em fevereiro próximo, mas que se manterá como chefe do Partido Comunista até 2021. O primeiro vice-presidente, Miguel Díaz-Canel, de 57 anos, é visto como o candidato com mais chances de ocupar o cargo.