Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - As cotações mais elevadas que o esperado de petróleo, soja e minério de ferro neste ano, aliadas ao crescimento de suas vendas externas, permitiram que a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) aumentasse a previsão das receitas totais previstas com exportações do país em 2017.
Segundo dados publicados pela associação nesta terça-feira, as vendas externas do Brasil deverão somar 209 bilhões de dólares, ante a previsão anterior publicada em dezembro de 2016 de 197,36 bilhões. A nova receita esperada é 12,8 por cento maior que a de 2016.
Com isso, o Brasil deverá registrar um superávit recorde histórico de 63,222 bilhões de dólares, segundo a AEB, superado apenas pela China, Alemanha, Coreia do Sul e Rússia.
Em entrevista à Reuters, o presidente da AEB, José Augusto de Castro, explicou que o resultado será impulsionado pelas três principais commodities brasileiras --soja, petróleo e minério--, que deverão representar 28,8 por cento das exportações em 2017, superando os 23 por cento apurados em 2016.
A soja, segundo Castro, será o principal produto de exportação brasileiro pelo terceiro ano consecutivo, graças ao incremento de 22 por cento no volume embarcado, após uma safra recorde.
A previsão é que a receita com as exportações do produto atinja 23,565 bilhões de dólares, contra a projeção anterior de 21,660 bilhões de dólares. A receita atual prevista é 21,9 por cento superior a registrada em 2016.
"No início do ano, todos nós sabíamos que haveria uma super safra de soja no Brasil, Estados Unidos e Argentina, então a tendência era de que os preços iriam cair, mas só agora que os preços começaram a cair e o Brasil já embarcou 65 por cento da soja dele", explicou Castro.
No caso do petróleo, o presidente da AEB explicou que os preços e os volumes estão acima do previsto.
Segundo ele, a Petrobras (SA:PETR4) está produzindo acima do esperado e, como não há demanda interna suficiente, os embarques estão mais elevados do que o estimado anteriormente.
A expectativa da AEB é que a receita com as exportações de petróleo atinja 18,208 bilhões de dólares, ante os 13,5 bilhões de dólares previstos em dezembro. A receita prevista atualmente é 80,7 por cento superior a registrada no ano passado.
Já as receitas com os embarques de minério ao exterior deverão somar 18,372 bilhões de dólares neste ano, segundo a AEB, acima dos 16,875 bilhões de dólares previstos anteriormente. A nova receita prevista é 38,2 por cento superior a de 2016.
"O minério terá um pulo (nas exportações) muito grande neste ano, porque até fevereiro a cotação subiu continuamente", disse Castro, ponderando que o volume, no entanto, está dentro do previsto.
(Por Marta Nogueira)