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Antecipação das vendas de natal compromete dia de Ação de Graças nos EUA

Publicado 22.11.2012, 15:50

Nova York, 22 nov (EFE).- A antecipação das vendas de natal por parte das grandes lojas de departamento dos Estados Unidos, como Wal-Mart e Target, acabou compromentendo a celebração do dia de Ação de Graças, já que muitas lojas iniciarão suas atrativas promoções nesta tarde ao invés da tradicional "Black Friday" (sexta-feira negra).

Se no último ano a abertura das lojas foi antecipada até a meia-noite de quinta-feira - no lugar da manhã após o dia de Ação de Graças, como era habitual -, este ano Wal-Mart mudou as regras do jogo ao anunciar que abrirá suas portas às 20h locais de hoje.

Apesar de grande parte dos americanos ainda estar comendo o tradicional peru do jantar de Ação de Graças neste horário, outras grandes lojas de departamento, como Sears, Toys"R"Us e Target, também seguiram o exemplo do Wal-Mart e resolveram abrir suas portas mais cedo do que nunca.

"A 'Black Friday' se transformou agora no 'Black Thursday Night' (noite de quinta-feira negra)", declarou recentemente o diretor financeiro do Wal-Mart, Charles Holley, sobre a antecipação deste importante fim de semana para o comércio no mercado americano.

O dia "D" do consumismo americano recebe esse nome porque se diz que é neste dia do ano que os comerciantes saem do vermelho para começar a anotar em tinta negra suas receitas, impulsionadas pelas grandes promoções e, principalmente, pelo interesse do público por baixos preços.

No entanto, essa antecipação da "Black Friday" gerou uma grande polêmica no país e, inclusive, fez com que os empregados do Wal-Mart convocassem protestos e interrupções. A empresa, por outro lado, respondeu que despediria no ato a qualquer trabalhador que decidisse fazer "greve" em um dos dias mais rentáveis do ano.

Seguindo a influência do Wal-Mart, que abrirá suas portas às 20h locais, a Target abrirá as suas uma hora mais tarde, enquanto o turno da Kohl's, Macy's e Best Buy começa a partir da meia noite.

Por causa do "showrooming", como é chamada a técnica de se aproximar fisicamente de uma loja para ver e provar fisicamente um produto para depois comprá-lo pela internet a menor preço e sem necessidade de carregá-lo até casa, a Best Buy teve grandes prejuízos neste ano e, por isso, que empresa teve apresentar novas técnicas para atrair clientes.

A "equiparação de preços", que também foi adotada pela Target e pela Staples, foi uma delas. Através desta tática, a loja garante que todos seus produtos terão o mesmo o preço dos que são oferecidos na internet por empresas como a Amazon.

Devido a esta agressiva campanha, as compras de natal deverão alcançar US$ 586 bilhões, 4,1% a mais que no último ano, segundo os cálculos da Federação Nacional de Varejo, que também prevê um aumento de 12% nas vendas online e um menor número de visitas físicas às lojas.

"Embora a 'Black Friday' seja fixa, não há dúvida que essa tradição mudou muito nos últimos anos", afirmou o presidente dessa organização, Matthew Shay, que acrescentou que "defende o fato dos comerciantes buscarem uma constante evolução para atrair cada vez mais os consumidores".

A transição rumo ao comércio eletrônico também fica mais evidente a cada ano no chamado "ciber monday", a segunda-feira após o dia de Ação de Graças, uma tradição que supõe que os consumidores continuarão aproveitando as ofertas e realizando suas compras através da internet.

Segundo uma análise da ComsCore, o comércio eletrônico aumentará durante o "ciber monday" entre 15% e 18%, em relação ao último ano, quando as vendas na internet alcançaram um recorde histórico de US$ 37,2 bilhões. EFE

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