Por Toby Melville e William James
LONDRES (Reuters) - Cinco pessoas morreram e cerca de 40 ficaram feridas em Londres, nesta quarta-feira, depois que um carro avançou sobre pedestres e um agressor esfaqueou um policial perto do Parlamento britânico, no que a polícia classificou como um "ataque terrorista".
Entre os mortos estão o policial que estava protegendo o Parlamento e o agressor que foi baleado por um policial armado.
As outras três vítimas fatais eram pedestres atingidos pelo carro na ponte de Westminster, que fica próxima ao Parlamento.
A principal autoridade policial britânica de contraterrorismo, Mark Rowley, disse que a polícia supõe que o agressor agiu inspirado no terrorismo islâmico e que acredita saber a identidade dele, mas o oficial se recusou a fornecer detalhes.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, chamou o ataque de "doente e perverso".
"A localização desse ataque não foi um acidente", disse ela no final da noite. "O terrorista escolheu atacar o coração de nossa capital, onde pessoas de todas as nacionalidades, religiões e culturas se reúnem para celebrar os valores da liberdade, da democracia e da liberdade de expressão."
Qualquer tentativa de derrotar esses valores através da violência está "condenada ao fracasso", afirmou May.
O oficial de combate ao terrorismo Rowley disse aos jornalistas que o ataque começou quando um carro foi conduzido pela ponte de Westminster, atingindo e ferindo civis e três policiais.
"O carro então bateu perto do Parlamento e pelo menos um homem, armado com uma faca, continuou o ataque e tentou entrar no Parlamento", declarou. "Declaramos isso um incidente terrorista e o comando antiterrorista está realizando uma investigação em grande escala."
Esse foi o atentado mais mortal em Londres desde que quatro islamistas britânicos mataram 52 passageiros e eles mesmos em atentados suicidas contra o sistema de transporte da cidade em julho de 2005.
Repórteres da Reuters dentro do Parlamento ouviram estouros altos e pouco depois viram duas pessoas caídas no chão no pátio próximo, o homem com a faca e o policial esfaqueado.
Um fotógrafo da Reuters contou ter visto pelo menos uma dúzia de pessoas feridas na ponte. Suas fotos mostraram pessoas deitadas no chão, algumas sangrando profusamente e uma delas debaixo de um ônibus.
Uma mulher foi retirada viva, mas com ferimentos graves, do rio Tâmisa, informou a Autoridade do Porto de Londres.
Três estudantes franceses com idades de 15 e 16 anos estavam entre os feridos, segundo autoridades da França, e cinco sul-coreanos também ficaram feridos no ataque, informou o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul.
O incidente ocorreu no primeiro aniversário dos ataques de militantes islâmicos que mataram 32 pessoas em Bruxelas.
A Câmara dos Comuns, que estava em sessão na ocasião, foi suspensa imediatamente, e os parlamentares foram instruídos a permanecer dentro do recinto.
Os repórteres da Reuters dentro do Parlamento viram um grande número de policiais armados, alguns com escudos, entrando no edifício. Um helicóptero ambulância pousou na Praça do Parlamento.
O Reino Unido está em seu segundo nível mais alto de alerta, "severo", o que significa que um ataque de militantes é considerado altamente provável.
(Reportagem adicional de Kylie Maclellan, Elizabeth Piper, Costas Pitas, Michael Holden, Kate Holton, Elisabeth O'Leary e redação de Londres)