Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - O crescimento do setor de serviços do Brasil acelerou com força em janeiro e atingiu o patamar mais elevado em sete meses, impulsionado pelo aumento da produção e das vendas, com as condições favoráveis da demanda alimentando a criação de empregos, mostrou nesta segunda-feira a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
O PMI da S&P Global para o setor de serviços saltou a 53,1 em janeiro, de uma mínima de três meses em dezembro de 50,5. Esse é o nível mais elevado desde junho de 2023, consistente com um sólido ritmo de expansão, já que permanece acima da marca de 50 que separa crescimento de contração.
De acordo com a pesquisa, o crescimento teve como base tendências positivas de demanda e sólida expansão das novas encomendas, no ritmo mais forte também em sete meses.
O ambiente favorável de vendas junto com rearranjos de equipe e projeções de crescimento ajudaram na criação de vagas de trabalho em janeiro pelo quarto mês seguido.
Os fornecedores de serviços também mostraram otimismo em relação às perspectivas de crescimento, com expectativas de condições melhores e investimentos, embora tenha caído para uma mínima de seis meses.
Em relação aos preços, houve novo aumento mensal nos custos de insumos das empresas no início do ano, com aumentos relatados nos preços de alimentos, combustíveis, eletricidade, internet e água.
Quase 12% dos participantes da pesquisa eleveram seus preços de venda em janeiro ao repassar os custos maiores aos clientes, enquanto menos de 1% ofereceu descontos.
A aceleração do crescimento do setor de serviços somou-se ao resultado do setor industrial, que voltou a crescer em janeiro, levando o PMI Composto do Brasil a 53,2 no mês, de 50,0 em dezembro.
"Uma alta sólida na atividade de serviços, combinada com novo crescimento da produção industrial, significa que o setor privado do Brasil iniciou o ano em tom mais positivo. A produção agregada expandiu no ritmo mais rápido em 15 meses, acima da tendência da série", destacou em nota a diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.