WASHINGTON (Reuters) - A atividade do setor de serviços dos Estados Unidos desacelerou em março para uma mínima de mais de 3 anos e meio, com indústrias relatando moderação em novos pedidos e declínio no emprego em meio à pandemia do coronavírus que levou o país a parar de repente.
O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) disse nesta sexta-feira que seu índice de atividade de serviços caiu para uma leitura de 52,5 no mês passado, mínima desde agosto de 2016 e ante 57,3 em fevereiro.
Uma leitura acima de 50 indica expansão no setor de serviços, que responde por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA. Economistas consultados pela Reuters projetavam que o índice cairia para 44,0 em março.
O declínio menor que o esperado no índice de serviços refletiu um salto na medida de entregas de fornecedor, para uma leitura de 62,1 no mês passado, ante 52,4 em fevereiro. Um prolongamento do tempo de entrega dos fornecedores é normalmente associado ao aumento da atividade, o que seria uma contribuição positiva. Nesse caso, no entanto, entregas mais lentas indicam escassez de oferta em vez de demanda mais forte.
O ISM informou na quarta-feira que a atividade fabril se contraiu em março, com novos pedidos recebidos pelas fábricas caindo para uma mínima de 11 anos.
Apesar do vasto setor de serviços aparentemente estar crescendo, embora a um ritmo moderado, os economistas acreditam que a economia dos EUA entrou em recessão em março, com 10 milhões de norte-americanos solicitando auxílio-desemprego nas últimas duas semanas. A grande maioria dos norte-americanos agora está sob algum tipo de isolamento, enquanto as autoridades tentam controlar a propagação do vírus.
A medida de novos pedidos da indústria de serviços na pesquisa do ISM caiu para 52,9 em março, mínima desde agosto de 2016, ante 63,1 em fevereiro. O índice de emprego na indústria de serviços recuou para 47,0 no mês passado, a menor leitura desde fevereiro de 2010, ante 55,6 em fevereiro.
(Reportagem de Lucia Mutikani )