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Autoridades do Fed e novas pesquisas começam a reduzir expectativas para relatório de emprego de maio

Publicado 21.05.2021, 16:09
© Reuters. Sede do Fed em Washington
27/3/2019 REUTERS/Brendan McDermid

Por Ann Saphir e Howard Schneider

WASHINGTON (Reuters) - Autoridades do Federal Reserve (Fed) e novos dados do Fed de Dallas começaram a reduzir expectativas para o crescimento do emprego nos Estados Unidos em maio, à medida que os planos de contratação das empresas continuam superando a oferta de pessoas capazes ou dispostas a trabalhar.

O presidente do Fed de Dallas, Robert Kaplan, disse nesta sexta-feira que as dificuldades de contratação continuam ao longo de maio e provavelmente levarão a outro fraco relatório de empregos após a abertura de 266 mil postos de trabalho em abril, número abaixo do esperado.

Uma pesquisa publicada pelo Fed de Dallas nesta sexta, que visa fornecer uma checagem quinzenal sobre as tendências nacionais de emprego, também apontou enfraquecimento do crescimento de vagas.

Essa perda de impulso tem sido atribuída a uma série de fatores, como pagamento contínuo de seguro-desemprego e falta de creches.

"Essas questões estruturais, que vimos no relatório de abril... todas essas tensões não vão desaparecer imediatamente", disse Kaplan durante conferência do Fed de Dallas sobre tecnologia.

"Acreditamos que vocês verão outro relatório estranho ou incomum... As empresas estão nos dizendo que têm muita demanda, mas não conseguem encontrar nem trabalhadores qualificados nem não qualificados."

As autoridades do Fed esperavam ver uma "sequência" de meses de abertura líquida de um milhão de empregos ou mais, o que ajudaria o país a recuperar rapidamente os 8,2 milhões de vagas ainda perdidas desde o começo da pandemia.

Entretanto, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, chamou nesta semana a estimativa de pelo menos um milhão de empregos mensais de "exagerada" e disse que uma expectativa "mais realista" era de talvez meio milhão por mês.

Os comentários destacam um crescente dilema no Fed, enquanto o banco luta para decidir por quanto tempo manterá em vigor os níveis de emergência de apoio econômico, à medida que a pandemia diminui e a economia acelera naquele que pode ser o ano mais forte para o PIB desde o início dos anos 1980.

O presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, tornou-se nesta sexta-feira a segunda autoridade do Fed, junto com Kaplan, a pedir um início mais rápido nas tratativas sobre quando e com que rapidez reduzir as compras mensais de títulos de 120 bilhões de dólares do banco central.

"É algo que, em minha mente, deveríamos começar a conversar mais cedo ou mais tarde", disse Harker em evento virtual organizado pelo Washington Post.

© Reuters. Sede do Fed em Washington
27/3/2019 REUTERS/Brendan McDermid

O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, e o presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, em discurso no mesmo evento com Kaplan, mantiveram suas posições atuais de que mais contratações precisam ocorrer antes que estejam prontos para discutir uma "redução" na compra de títulos.

"No momento, não estamos em uma posição em que (debater) isso valha a pena", disse Bostic, uma visão que atualmente é quase um consenso no Fed, mesmo quando alguns começam a alertar para o possível superaquecimento da economia.

(Por Howard Schneider)

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