Washington, 6 mai (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI)
pediu hoje à Espanha, Irlanda e Portugal, países que sofreram um
maior impacto dos mercados pela crise grega, que adotem
"rapidamente" seus planos de ajuste fiscal.
Caroline Atkinson, porta-voz da entidade, disse que a Espanha
apresentou um plano de medidas "bastante grande", e enfatizou que é
necessário colocá-lo em prática com rapidez para conseguir a redução
do déficit.
A Espanha foi sacudida pelos efeitos da crise grega porque,
apesar do nível da dívida de Madri ser menor que a média europeia,
seu déficit é muito alto e as perspectivas de crescimento são mais
negativas que as da maioria de seus vizinhos.
"Pedimos aos países, especialmente aos que tiveram contas
públicas difíceis, que pesem medidas e as apliquem rapidamente para
alcançar suas próprias metas de redução do déficit", disse Atkinson.
A agência de classificação de risco Standard and Poor's rebaixou
na semana passada sua análise de qualidade dos bônus espanhóis para
AA e avisou que poderia reduzi-la ainda mais se o país não melhorar
sua posição orçamentária.
As gratificações de risco dos bônus espanhóis rondam seu maior
nível desde a introdução do euro, em 1999.
Atkinson destacou que "a maioria" dos países europeus estão em
uma situação melhor que a grega, pois contam com um nível de dívida
menor, finanças públicas melhores e números econômicas confiáveis.
A zona do euro e o FMI chegaram a um acordo preliminar com a
Grécia para fazer empréstimos ao país no valor de 110 bilhões de
euros durante três anos.
O pacto deverá ser ratificado amanhã em Bruxelas pelos líderes da
zona do euro, enquanto o Conselho Executivo do Fundo terá que dar
seu sinal verde no domingo.
Atkinson disse que os fundos cobrirão todas as necessidades de
financiamento da Grécia durante mais de um ano e meio, após o qual o
país terá que voltar aos mercados internacionais de capital.
Neste momento o FMI não considera um segundo plano de ajuda que
suceda ao atual, disse a porta-voz, que afirmou que a entidade
acredita que o programa sobre a mesa "será suficiente". EFE