Tóquio, 13 jun (EFE).- O banco central do Japão (BoJ, sigla em inglês) anunciou nesta sexta-feira, ao final de sua reunião mensal de dois dias, que manterá intacto seu pacote de estímulos para tirar o país de um ciclo deflacionário de quase duas décadas.
Os nove membros de sua junta de política monetária aprovaram por unanimidade a manutenção do programa de compra de títulos da dívida pública e ativos de risco, iniciado em abril de 2013, para duplicar a base monetária do país e conseguir que a inflação fique em torno de 2% ao ano em 2015.
Por isso, a entidade continuará realizando "operações para aumentar a base monetária num ritmo anual de entre 60 e 70 trilhões de ienes (US$ 589,5 e 687,7 bilhões)", segundo o documento publicado ao término da reunião.
O BoJ também avaliou que as economias estrangeiras - especialmente as mais avançadas - "estão se recuperando", apesar de seu rendimento ainda ser parcialmente frágil.
A reunião mensal da junta de política monetária acontece apenas uma semana depois que o Banco Central Europeu (BCE) anunciou uma redução dos juros até o mínimo histórico de 0,15%, uma injeção de 400 bilhões de euros para reativar o crédito e uma taxa negativa de depósito para os bancos.
Quanto a sua avaliação da economia japonesa, o Boj voltou a insistir que "contínua na tendência de recuperação moderada, apesar de uma queda na demanda" após o aumento do imposto sobre o consumo (de 5 para 8%) no dia 1º de abril.
Nesse sentido, o documento garante que o consumo, que compõe 60% do PIB japonês, e os investimentos imobiliários "se mantêm sólidos", graças às "melhorias salariais e do mercado de trabalho" e apesar da forte desaceleração observada após o aumento do imposto.
Também explica que o volume das exportações japonesas, outro pilar da economia do país, "se estabilizou recentemente".
Os investimentos de capital corporativo "aumentaram moderadamente graças à melhoria dos lucros empresariais", indicou, enquanto o investimento público, potencializado pelo governo de Shinzo Abe dentro de seu programa de revitalização econômica, "parece ter se estabilizado em um nível muito alto".
A produção industrial continua também "com a tendência de crescimento moderado".
Quanto à inflação, insistiu que o aumento dos preços está atualmente em torno de 1,25%, em estimativa anual, por isso considera adequado o prazo estabelecido para conseguir o objetivo de 2% em 2015.